Astrofísica

UFSM participa de uma das maiores iniciativas espaciais do mundo

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: NASA/Telescópio Espacial James Webb

Cientistas e pesquisadores da área da Astrofísica esperaram por mais de 20 anos pelo telescópio mais audaz construído pela humanidade: o James Webb. Ainda em 2020, a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA), a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Canadense (CSA), em uma parceria desenvolveram o telescópio e por meio de um edital, oportunizaram 250 iniciativas de estudo do espaço através do equipamento. No Brasil, apenas duas propostas foram selecionadas e uma delas é composta pelo grupo de astrofísica da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Com o interesse em observar três galáxias próximas a um dos buracos negros existentes no espaço, construiu-se um projeto para ser efetuado durante o primeiro ano de operação do telescópio, por cincos astrofísicos: o professor Rogemar André Riffel, em parceria com a colaboradora Marina Bianchin (ambos da UFSM), os colaboradores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Thaisa Storchi-Bergmann e Rogério Riffel e a co-investidora Nadia L. Zakamska, da Universidade Johns Hopkins (EUA). De acordo com com a equipe, foi um prazer fazer parte de um momento histórico na área e levar o nome da universidade e de Santa Maria.

- A visibilidade que está sendo dada para UFSM e para o grupo de Astrofísica é muito grande, tendo em vista que apenas 2 projetos foram selecionados, sendo um do interior do Rio Grande do Sul. Isso já é um motivo de orgulho para todos nós e satisfação em poder mostrar nosso trabalho -, conclui Rogemar.

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TELESCÓPIO ESPACIAL JAMES WEBB

A construção do telescópio surgiu ainda em 1989, no entanto sua realização necessitava de tempo, infraestrutura e investimento. A finalização do desejo de muitos astrofísicos foi marcada na última sexta-feira com o lançamento do foguete Ariane 5, na Guiana Francesa, que tinha como intuito levar ao espaço o telescópio espacial James Webb.

De acordo com o professor Rogemar, o equipamento vai dobrado como se fosse um origami dentro do foguete e depois de deixar a Terra, abre como se fosse um guarda-chuva, com intuito de captar imagens mais nítidas dos elementos do universo. Inicialmente serão seis meses até conseguir realizar as primeiras observações astronômicas em uma distância de 1,5 milhão de quilômetros da Terra.

  • Telescópio Espacial James Webb - o maior e mais poderoso telescópio espacial, substituído pelo Hubble, que opera há 31 anos. O equipamento é um grande observatório espacial composto por um espelho de de 6,5 metros de diâmetro, que coleta uma grande quantidade de radiação infravermelha, possibilitando uma observação muito mais detalhada céu profundo. O equipamento trabalha exclusivamente no espectro infravermelho, uma faixa do espectro que não é visível aos olhos humanos.
  • Seu destino é uma órbita a 1,5 milhões de km da Terra, o equivalente a quase quatro vezes a distância do nosso planeta até a Lua.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Apresentação do Telescópio Espacial James Webb

OBSERVAÇÃO EM BURACOS NEGROS SUPERMASSIVOS

O grupo de astrofísica da UFSM construiu um projeto que irá analisar três galáxias com a finalidade de observá-las pelas regiões de formação estelar e em planetas com formação fora do sistema solar, próximo ao buraco negro. Para isso será estudado o papel dos ventos de gás molecular a da radiação, desenvolvidas pelo acúmulo da matéria na superfície de um astro pela ação da gravidade. Sendo assim, o telescópio auxiliará no mapeamento de dados sobre os três elementos localizados de 300 a 600 milhões de anos-luz da Terra.

  • Buracos negros - Região do espaço com um campo gravitacional intenso que nem a luz consegue escapar de dentro dele.

De acordo com o professor Riffel, a escolha pelas galáxias se deu pela presença de ventos de gás molecular potentes, que compreendem que a física associada aos buracos e seus efeitos na evolução são fundamentais para entender o universo e consequentemente, a origem de tudo. Já a escolha por galáxias próximas ao buraco negro é explicada pela pesquisadora Marina, que participou da criação do projeto:

- Essa é uma área de gravidade imensa, em que nada e nem mesmo a luminosidade podem escapar. É como se tudo passasse pelo buraco sumisse e tudo do outro lado que tentasse chegar a luz podem escapar -

Com base nisso, qualquer elemento que chegue perto de um buraco negro é esticado e comprimido. O professor Rogemar relata que a formação desses elementos são naturais no universo, mas pouco estudados. Nesse caso, com base nos dados que serão adquiridos pelo James Webb poderá se entender se de fato a presença dos buracos negros geram problemas na formação de novos elementos.

  • Onde estará buraco negro? - No centro da Via-Láctea possui um buraco negro com cerca de 4 milhões de massas solares, impossível do ser humano sentir ou ver, da Terra.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Telescópio Espacial James Webb

ESTUDO PODE DEMORAR MAIS DE ANO

A observação será realizada pela equipe da NASA, que monitora o equipamento e disponibilizou para o projeto da universidade de Santa Maria, 6 mil horas de telescópio para coletar os dados e as informações. Desse modo, a captação dos dados depende da funcionalidade, direção e captação das imagens no momento, o que não pode ser estimado em um tempo de duração. Sendo assim, a equipe tem ciência que a qualquer dia e horário, podem receber as extrações realizadas pelo telescópio e então, iniciar o estudo.

- Não existe uma data reservada para isso ocorrer, podem durar até anos! O processo se dará um dia em que receberemos uma mensagem deles comunicando que os dados foram extraídos e aí repassados para nós -, comenta o professor.

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Será somente o recebimento dos dados que a equipe iniciará as análises e assim como a primeira parte, o grupo não tem como estimar um tempo para a conclusão. O que se garante, de acordo com Marina é que nessa extração de dados, informações que não eram esperadas podem surgir surpreendendo os pesquisadores. 

Desenvolvimento do projeto:

  • Lançamento do foguete Ariane 5 - dia 24 de dezembro de 2021
  • Tempo de teste do Telescópio - seis meses 
  • Duração destinada para o grupo da UFSM - 16,2 horas de coleta no espaço
  • Finalização do estudo - Sem estimativa
  • Custo - Inicialmente US$ 10 bilhões

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