UFSM composta 400L de alimentos orgânicos todos os dias; aprenda a reproduzir a prática em casa

Eduarda Costa

UFSM composta 400L de alimentos orgânicos todos os dias; aprenda a reproduzir a prática em casa

Um dos métodos de reciclagem, a compostagem, serve para transformar o resíduo orgânico produzido em casa em um adubo natural, rico em nutrientes, evitando que o lixo gerado na cozinha também seja enviado para o aterrosanitário. Na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), todo o material orgânico descartado das lancherias do campus sede é enviado para reaproveitamento, no pavilhão de compostagem do Colégio Politécnico.

Nesse processo de decomposição, podem agir bactérias e fungos (no tipo de compostagem microbiana), ou minhocas (na vermicompostagem). Ambas transformam o material orgânico em húmus, um adubo natural para plantas, por conta da alta concentração de nutrientes, que serve para dar estrutura e prolongar a vida útil do solo.

O tempo até os resíduos se transformarem em adubo depende da quantidade e capacidade da composteira. No caso do modelo do Politécnico, que recebe 400 litros de orgânicos por dia e trabalha com microorganismos, o prazo máximo é de 120 dias. Já em composteiras caseiras, feitas com minhocas, o tempo é um pouco menor, de até 90 dias.

No Politécnico

Fotos: Eduardo Ramos (Diário)

A ideia começou com uma parceria com a Pró-Reitoria de Infraestrutura (Proinfra), no ano de 2012, para construção do pavilhão. Somente em 2017 é que o projeto começou a ter uso, e, após a retomada das atividades presenciais neste ano, é que de fato o ritmo se tornou diário.

A composteira é de responsabilidade do curso técnico em Meio Ambiente e, todos os dias, é alimentada com 400 litros de resíduo orgânico produzido em 21 lanchonetes que funcionam nos centros de ensino da universidade. Além dos alimentos, o outro material utilizado para compostagem são resíduos secos, como galhos, folhas ou restos de poda de manutenção do campus, que são triturados para auxiliar no processo de decomposição dos orgânicos.

Resíduos secos antes de passarem pelo triturador

Para a manutenção, o bolsista Rodrigo Oichenaz prepara o piso com uma camada de cerca de 50 cm de resíduo seco, que receberá o despejo dos 20 baldes de orgânico recolhidos. Para finalizar, é preciso cobrir com outra camada de resíduo seco, que serve para proteger da presença de animais, como pássaros e moscas.

Para facilitar e garantir a ação dos microorganismos é preciso oxigenar a terra, trabalho também realizado pelo bolsista, que mexe a composteira de três em três dias. Essa etapa também auxilia no controle da temperatura da composteira, como explica o coordenador do projeto e professor do curso técnico em Meio Ambiente da instituição, Maurício Tratsch:

– É importante termos esse controle diário para evitar a formação de chorume. Também fazemos o controle da temperatura, que deve ser sempre inferior a 65 °C, para garantir a sobrevivência das bactérias.

A máquina utilizada para mexer a composteira

O adubo gerado é utilizado para manutenção das áreas de fruticultura, práticas alimentares e jardinagem, que são objetos de estudo dos cursos do próprio Colégio Politécnico. O projeto está em fase de desenvolvimento, e ainda devem ser feitas melhorias para ampliar a estrutura para evitar a entrada de água da chuva. Outro plano é que o resíduo das saladas e legumes do Restaurante Universitário também seja enviado para a compostagem, o que geraria 400 kg diários à compostagem da universidade.

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Como fazer a compostagem em casa

É possível fazer a composteira no pátio, diratemento no solo, ou utilizando o método de baldes. O recomendado é que se utilize as minhocas, do tipo californianas.

No formato com baldes:

São necessários três recipientes que ficarão empilhados, dois irão intercalar o uso do compostagem, com os orgânicos, resíduo seco (terra ou folhas) e as minhocas, e o último será para extração do biofertilizante.O balde de cima precisa ser coberto com tampa, e ter vários furinhos embaixo, assim como no segundo, para que o chorume possa escorrer para o último balde, e as minhocas trocarem de um balde para outro.É necessário começar o uso da composteira com o balde do meio. Ele abrigará dois dedos de terra e as minhocas californianase, por cima, as cascas de verduras, legumes e frutas. É preciso cobrir o orgânico com outra camada de folhas ou serragem. Utilize uma parte de resíduo úmido (legumes), para duas partes de resíduos secos.O último balde abrigará somente o biofertilizante, que vai escorrer entre os baldes de cima. Neste último, é necessário cobrir com uma tela (mosqueteiro ou tecido TNT) para evitar que os resíduos caiam no líquido. Sempre que o balde com minhocas estiver cheio, é preciso trocá-lo de lugar, colocando para cima. Assim, o chorume vai escorrer e garantir que o balde do meio fique úmido.Ao final de 90 dias, o resíduo se transforma em uma terra escura e fofa, e pode ser aplicada como adubo natural. Já o líquido, precisa ser dissolvido em 10 partes de água, (1L de água para cada 100 ml de chorume) e usado como biofertilizante borrifado nas plantas.

No pátio da residência:

Para quem possui espaço na residência, é reproduz ir a composteira direto no solo. Desta forma mais simples, os restos de alimentos serão colocados sobre a terra, e apenas precisam ser cobertos com o material seco. É necessário mexer, a cada três dias, para garantir a oxigenação da terra. Também ao final de 90 dias, o conteúdo poderá ser utilizado como adubo.

O que pode e não pode ir para a compostagem?

Pode – cascas ou sobras de verduras, legumes e frutas. Também é permitido borra de café, erva-mate, folhas e flores. Outros materiais secos do dia a dia podem auxiliar na decomposição, se triturados, como restos de apontador de lápis e palitos de comida japonesa ou de fósforoNão pode – legumes ou verduras que tenham sido temperados, assim como alho, cebola e as frutas cítricas. Isto porque a compostagem com minhocas é prejudicada pela acidez. Também é preciso evitar alimentos cozidos no geral, como carnes, sopas ou feijões, porque demoram um tempo maior para serem degradados, e podem chamar a atenção de animais, como gatos e ratos

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