Tua vida importa para quem nem te conhece!

Fabiana Sparremberger

Tua vida importa para quem nem te conhece!

Sempre gostei de escrever. Escolhi o jornalismo, em 1992, porque ele me oportunizaria contar histórias. Nunca imaginei que falaria ao vivo em alguma emissora de rádio e muito menos atuaria como apresentadora de televisão. Pois bem, 30 anos depois, cá estou eu, participando do programa Jogo de Cintura, junto com quatro amigas/colegas que muito admiro, na rádio CDN e na TV Diário. E, há um ano também, comecei a apresentar o programa Faz Sentido, que vai ao ar sempre aos domingos, às 11h, também na rádio e na TV. Descobri que também gosto – e me saio bem, ao menos eu acho – de me expressar ao vivo, no improviso, sendo “eu mesma”, sem a chance de apagar o que comuniquei como acontece por aqui, na escrita.

Mas sigo gostando muitooooooo de escrever, e vocês não imaginam a minha alegria em voltar a exercitar a escrita, nessa oportunidade de o Jogo de Cintura assumir uma coluna semanal no site do Diário. Estarei com vocês por aqui pelo menos uma vez na semana, trazendo minhas vivências, experiências, contando um pouco mais da Fabi (sabem que raríssimas pessoas me chamam de Fabiana? Mesmo quem não me conhece, na primeira vez que fala comigo pessoalmente, já dispara um Fabi… deve ser a proximidade e o vínculo que rádio e TV oportunizam, e eu a-do-ro isso).

Na primeira coluna, quero trazer um pouco pra vocês sobre o Setembro Amarelo. No episódio do programa Faz Sentido do último domingo, eu e o psicólogo Diógenes Chaves conversarmos sobre a prevenção do suicídio. Fiz o curso do CVV, o Centro de Valorização da Vida, para me tornar uma voluntária do serviço de apoio emocional que atende gratuitamente e 24h pelo telefone 188. Infelizmente, por questões pessoais, não consegui seguir o voluntariado (tento ajudar de outras formas, mas confesso a frustração por não seguir nessa iniciativa que considero bárbara). No último Faz Sentido, aprendi muito sobre como podemos e devemos ajudar quem está em tamanho sofrimento a ponto de pensar ou tentar tirar a própria vida. O Diógenes, que é um cara que eu muito admiro como psicólogo e Pessoa (assim mesmo, em letra maiúscula), trouxe um aprendizado que compartilho agora com vocês – e farei isso sempre que tiver oportunidade. Contou que, quando uma pessoa chega até seu consultório dizendo que é a última esperança antes de cometer o ato, ele tenta confundi-la, fazendo a seguinte pergunta: “Você está tomando uma decisão definitiva para a sua vida, desligar o disjuntor… Tem certeza que vai resolver mesmo? Sabe como será depois disso? Já pensou se a dor e o sofrimento continuarem ou se ficarem ainda mais graves? Você está tomando uma decisão que não tem volta, tem certeza mesmo que vai resolver?”

Eu já compartilhei minha crença sobre vida e espiritualidade em várias oportunidades na CDN e TV Diário. Sou espírita há mais de 25 anos, e no meu caso, não tenho dúvida nenhuma de que o suicídio apenas agrava o sofrimento e a dor… Não há pior decisão do que essa… Para quem não acredita em Deus e nem simpatiza com alguma crença religiosa, o convite é procurar respostas para o questionamento do Diógenes em outra instância. Quem sabe na Medicina? Na ciência? Há alguma garantia de que o suicídio vai dar fim ao sofrimento e a essa tamanha dor que não cabe mais no peito?

Viver sempre é a melhor decisão, a melhor saída. Tem gente que deixa família, filhos e amigos para estar ao seu lado em momentos em que nada mais parece fazer sentido. Os voluntários do CVV estão sempre a postos para ser escuta. Sem dar opinião, sem julgar e muito menos condenar o que você está sentindo, as suas ações… Você não está sozinho. No telefone 188, você encontrará alguém que vai entender o teu sofrimento, que vai te acolher com afeto, a qualquer hora do dia. Priorize a saúde mental buscando ajuda com um psicólogo e/ou psiquiatra.

Comecei a terapia há um ano e posso atestar que a vida pode ficar bem mais leve quando investimos no autoconhecimento e nos permitimos pedir ajuda: algo que não deveria ser tão difícil, mas que ainda revela muito do nosso orgulho e da nossa prepotência. Mas isso é assunto para uma próxima coluna. Gratidão pela companhia nesta estreia por aqui!

Fabiana SparrembergerTenho 47 anos, 26 deles dedicados ao Jornalismo e 17 ao meu maior tesouro: meu filho. Fiz a graduação e o mestrado em Comunicação na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e também tenho MBA em Gestão de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Há mais de 20 anos, comando equipes na Redação e, atualmente, sou diretora de Jornalismo do Grupo Diário. Além de integrar o grupo de cinco mulheres que compartilham experiências e opiniões diversas no Jogo de Cintura, apresento o programa Faz Sentido, todo domingo, 11h, na rádio CDN e TV Diário, sempre com um convidado para falar sobre saúde mental.

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