Foto: Eduardo Ramos (Diário)
Fórum de Resíduos Sólidos
Para além de pontos de coleta e destino do material, há o capital humano – os catadores. O trabalho destes agentes será debatido no 2º Fórum Municipal de Resíduos Sólidos, em 24 de maio, na Câmara dos Vereadores. O evento é pensando para que comunidade em geral, poder público e privado, junto aos catadores, dialoguem sobre o trabalho destes agentes.
A invisibilidade deste grupo foi citada por Lise Brasil, coordenadora desde 2015 do projeto Recicle Arte, que pertence à incubadora tecnológica da universidade federal. Ela integra também o UFSM Nas Ruas, com foco nos catadores e pessoas em situação de rua na cidade. Para ela, falta apoio para esta comunidade, e legalização das associações recicladoras.
– Vim aqui no debate sobre o fórum para lutar pelos catadores de rua, que ninguém vê, tanto que nem água eles conseguem no centro da cidade. E pela coleta seletiva, que faz anos que estamos esperando. Vamos ver se dessa vez sai.
Lisa, costureira, oficineira, e coordenadora do projeto Recicle Arte. Foto: Eduardo Ramos (Diário)
Educação na prática
Pensada para circular na sociedade, a cartilha educativa criada pelas entidades presentes na reunião ilustrará quais resíduos sólidos podem ser aproveitados. Rudinei Soares Pereira, 64 anos, responsável pela Coordenadoria de Articulação e Fomento à Extensão da UFSM, salienta que, mesmo tratado como lixo, muitos descartes podem gerar renda para pessoas menos favorecidas.
Desde 2021, o Movimento Tratado Cidadão (MTC) já identificava a necessidade de trabalhar com resíduo sólido, sobretudo, com os catadores. Uma das coordenadoras, Jadete Barbosa Lampert, 76 anos, detalha a parceria com a UFSM. Eles estão contribuindo com a cartilha de conceitos básicos da coleta. A organização prevê o seu lançamento para o segundo semestre do ano.
Integrantes do Movimento Tratado Cidadão, Jadete e Antonio. Foto: Eduardo Ramos (Diário)
E para que os projetos dêem certo, Rudinei conta com um edital específico da extensão, em que a universidade irá disponibilizar recursos financeiras para desenvolver inúmeras ações. Serão pesquisadores e alunos trabalhando para oferecer à sociedade possíveis soluções no tema.
– Nós já temos mais de 100 projetos ou ações de extensão que foram previamente mapeadas em diferentes Centros de Ensino da universidade. Por exemplo, no campus de Frederico Westphalen temos o “Recicla Frederico” com uma grande cooperativa, que organiza o processo de coleta e gera renda aos participantes – detalha o coordenador.
O edital da UFSM deverá ser lançado ainda no mês de março, conforme a organização.
Debate
Também estiveram na reunião, Flavi Lisboa, pró-reitor de Extensão da UFSM, Ana Beatris de Deus Brusa, professora da instituição no curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, com foco nos temas de resíduo sólido e limpeza urbana. E Antonio Roberto Pereira, do grupo coordenador do Movimento Tratado Cidadão (MTC). Pela prefeitura e Comitê do Meio Ambiente, Ivan Nazaroff, engenheiro civil da Superintendência de Monitoramento e Fiscalização de Saneamento.
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