Para uma boa viagem

Teste feito pelo 'Diário' aponta que a RSC-287 já não é a melhor rota rumo à Capital

Gabriela Perufo

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Cerca de 5,8 mil veículos passam por Santa Maria, por dia, em direção à RSC-287, rodovia que corta o Estado no sentido Leste-Noroeste. Além de ser a principal rota que liga, por quase 300 quilômetros, Santa Maria a Porto Alegre, a estrada ainda conta com um trecho que é rumo certo para quem sai do centro do Estado em direção à serra e ao litoral gaúchos.

Mas problemas como a falta de sinalização e buracos, até em trechos com pedágio, fazem com que muitos motoristas optem por chegar até Porto Alegre pela BR-392, passando por São Sepé e Caçapava do Sul, e, depois, pela BR-290. A rota alternativa tem cerca de 40 quilômetros a mais de estrada, mas sem pedágios - os três que existiam (dois na ida, em Pantano Grande e em Eldorado do Sul, e um na volta, em Charqueadas) foram desativados. Fora isso, o caminho tem fluxo menor de veículos e menos problemas de infraestrutura.

Para mostrar as vantagens e as desvantagens de cada um dos caminhos, o Diário percorreu, em 11 de março, 550 quilômetros, totalizando 10 horas de estrada. No caminho, a atenção se voltou aos buracos, à sinalização e à movimentação nas rodovias. A reportagem conversou com 15 motoristas, ao longo da viagem, que deram opiniões sobre as estradas. Confira como estão as rotas, escolha a sua e boa viagem!

Fique atento aos buracos. É só passar pelo trevo da Base Aérea, em Camobi, que a sinalização horizontal na RSC-287 fica pelo caminho e dá lugar às crateras que pegam carona do início ao fim da viagem. Até o trevo de acesso a Restinga Seca, há trechos que estão menos ruins. Mas basta ir adiante do acesso a Agudo para que a buraqueira se torne protagonista absoluta dos solavancos. Depois da entrada para Paraíso do Sul, a coisa não melhora: há longos trechos com problemas, somando mais de 70 quilômetros de buraqueira na estrada.

Perto do acesso a Cachoeira do Sul, em Novo Cabrais, a 287 melhora, mas está longe do ideal - os buracos estão no acostamento. Fora isso, a sinalização horizontal também é ruim.
- A estrada deixa muito a desejar. Há épocas em que dá uma melhorada, mas logo já volta a piorar. Já vi muito carro escapar de acidente. É perigoso. Inclusive, a gente vê caminhão entrando na pista contrária para desviar dos buracos - diz Marcelo de Barros Rodrigues, 40 anos, que passa pela RSC-287 cerca de 3 a 4 vezes por semana.

O caminhoneiro Redalcio Werlei, 51 anos, que, no dia do teste do Diário, viajava de Novo Hamburgo com destino a Paraíso do Sul, também critica as condições da estrada:
- Tá muito feio esse asfalto. É só buraco e remendo. Com certeza precisa de um recapeamento, uma solução.

O motorista Narciso Jardel Diehl, 41 anos, ainda classifica a RSC-287 como "a pior pista" que ele costuma percorrer.
- Meu caminhão está carregado de azulejo. É capaz de eu chegar com tudo quebrado por causa desta buraqueira. É uma sacanagem o Estado tomar conta e ficar deste jeito. Eu rodo o país inteiro e prefiro pagar pedágio e ter estrada boa para andar - explica.

Pouco depois do acesso a Cachoeira do Sul, a estrada fica um pouco melhor, até chegar em Venâncio Aires. Os buracos são em menor número, mas o trecho é pedageado. De Vila Paraíso até Tabaí, as estradas ficam sob responsabilidade da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). São dois pedágios no caminho - um em Candelária, e o segundo em Venâncio Aires. Os dois custam R$ 5,20 (para carros) e tiveram o valor reduzido desde o ano passado, quando a estrada deixou de ter manutenção por empresa privada.
- Antes, pagava mais, mas andava melhor. De que adianta ser mais barato, se nem guincho e nem ambulância tem? Tem muito buraco, sem falar que são poucos os trechos com a terceira pista. Perto de Paraíso, antes e depois, não tem condição de rodar - reclama Tiago Streck, 30 anos, caminhoneiro.

- A estrada é ruim, inclusive em Venâncio, Santa Cruz, onde tem pedágio. Tem trechos bons, mas tem trechos péssimos - diz José Carlos de Matos, 58 anos, que, em 1"

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