Cidade em férias

Tempo de alívio para os motoristas em Santa Maria

Gabriela Perufo

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Longe do ideal, mas mais rápido, fluido, com menos movimento. Assim está o trânsito nas ruas e rodovias de Santa Maria nos últimos dias. O que se percebe dando uma volta pela cidade é bem diferente do que se vê na maior parte do ano, quando dirigir por aí é sinônimo de dor de cabeça. Nesta época (janeiro e início de fevereiro), período de férias escolares, o movimento de veículos diminui. Além disso, muita gente viajou, o que diminiu a tradicional tranqueira no começo da manhã, ao meio-dia e no final da tarde, no Centro e nas rodovias.
- Estava comentando isso com os meus colegas. Nessa época, há bem menos movimento, diminui muito o número de carros e motos pelas ruas. Acredito que, no ano inteiro, as duas faixas de Camobi são os trechos mais trancados da cidade. Não que estejam desertos agora, mas é bem mais tranquilo em qualquer horário nesses dias - avalia o mototaxista Lucian Amaral da Costa, 28 anos.

A observação feita pelo mototaxista é confirmada pelo fiscal Leandro Fernandes, da Coordenadoria Municipal de Trânsito e Mobilidade Urbana:
- Certamente, o trânsito diminuiu bastante. Nesta época do ano, o fluxo de veículos fica até 50% menor, dependendo do dia e do horário. Claro que o movimento é muito relativo e depende de muita coisa. Até a chuva influencia. Basta chover que o número de veículos nas ruas já aumenta.

Segundo Fernandes, nesta época do ano, até o número de infrações é menor, embora não se tenha uma estatística concluída. Segundo o fiscal, a maior parte das irregularidades envolvem estacionamento em locais proibidos.
- Neste período de férias, tudo fica mais calmo. Até arrumar um lugar para estacionar é mais fácil. O trânsito fica mais calmo por causa das férias nos colégios e nas universidades. Em época de aula, muitos carros param onde não podem parar para as pessoas descerem, por exemplo - pondera Fernandes.

Por que a cidade é movimentada?

A frota de veículos em Santa Maria tem crescido cada vez mais nos últimos anos. Segundo as estatísticas do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran), até novembro de 2014, havia o registro de mais de 140 mil veículos, sendo 85 mil carros e 26 mil motocicletas. São 50 mil veículos a mais do que o número que circulava na cidade no ano de 2007.

Além do aumento do número da frota, há outras razões para que as ruas sejam movimentadas. O professor Carlos Félix diz que o problema é agravado pelos chamados veículos de passagem. Além de receber automóveis de outras cidades, o Centro ainda concentra movimento de pessoas que vão de um bairro a outro e não precisariam circular pelas ruas centrais.
- Uma pessoa que sai do Itararé e vai para a Universidade, por exemplo, passa pela Avenida Rio Branco e pela Rua do Acampamento. Não é do interesse dela passar por estes locais, mas é o caminho. E reduzir a passagem de veículos pelo Centro é uma das concepções que são trabalhadas no Plano de Mobilidade Urbana.

Segundo Félix, há uma média de duas pessoas para cada carro na cidade, e muitos veículos trafegam com apenas uma pessoa.
- Enquanto não houver possibilidade de fazer o deslocamento de uma forma mais segura e eficiente, muitas pessoas vão usar o transporte privado - acrescenta Félix.

Melhorias são fundamentais

Ainda segundo o professor, as melhorias nos transportes coletivos e de massa são  fundamentais para melhorar a mobilidade na cidade. Assim como o ônibus rápido (BRT), que já está nos planos da prefeitura de Santa Maria, as obras da Travessia Urbana devem desafogar o tráfego no Centro.
Félix acrescenta que, para um trânsito melhor na cidade, não apenas na época de férias, é preciso pensar em todos: pedestres, ciclistas e motoristas.
- Melhorar o trânsito significa tratar o deslocamento das pessoas, e não de veículos, como prioridade. Para descolar a população, é preciso oferecer um transporte público efetivo, de segurança,"

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