Três dias depois de ter seu nome denunciado pelo Ministério Público de São Sepé por reconhecer procurações de idosos e deficientes mentais para as proprietárias do asilo Lar do Idoso, em Formigueiro, o tabelião Carlos Augusto Schorn se pronunciou por meio do seu advogado, Bruno Seligman de Menezes. Conforme o advogado, seu cliente foi pego de surpresa porque nunca foi chamado para prestar nenhum esclarecimento.
_ Ele (Schorn) foi tomado de um profundo espanto com a divulgação de seu nome porque ninguém lhe chamou para prestar nenhum esclarecimento, nem pela delegacia, nem pelo promotor. Não sabia que estava envolvido nessa investigação _ afirma Menezes.
De acordo com o promotor de Justiça de São Sepé, Roberto Carmai Duarte Alvim Júnior, responsável pelas denúncias, o fato de Schorn ter autenticado procurações passando benefícios de pessoas sem condições de responder por seus atos, por si só, já basta para a denúncia.
_ O crime que ele cometeu não há o que explicar, os documentos comprovam. São documentos que ele assina e participa uma pessoa com deficiência. Estou convicto de que ele deve ser punido _ reforça o promotor.
O advogado diz que, em situações como essas, envolvendo idosos, o tabelião cercava-se de cuidados e pedia exames médicos que atestassem a capacidade mental das pessoas.
_ Se vem uma pessoa com um atestado médico dizendo que a outra tem pleno gozo de sua sanidade mental, ele (Schorn) conversava com a pessoa para saber se ela tinha noção de espaço, tempo e valores. E os poderes investidos a ele permitem que ele lavre essa escritura de procuração. Ele tem condições de justificar cada escritura lavrada _ explica o advogado.
Além de Schorn, a dona do asilo, Mara Beatriz Scherer da Silveira, a mãe dela, Osmarina Scherer da Silveira, e o advogado delas, Bento Martins, também foram denunciados por outros crimes.