Surto de diarreia no litoral de Santa Catarina acende alerta

Não é o primeiro ano que vemos casos e surtos de doença diarreica no litoral, durante o período do verão. No entanto, parece que esse ano a carga de doença foi muito maior e em área mais ampla do litoral catarinense. Registrou-se mais de 3 mil casos, com a certeza de que esse número é subestimado, dado que muitas pessoas não se apresentam a um serviço de saúde.

Norovírus é a mais provável causa

Dado que o Norovírus foi identificado em mais de 60% das amostras de fezes coletadas, tudo leva a crer que ele seja o agente causador. Que vírus é esse? Trata-se de um vírus que se caracteriza por ser muito pequeno, de RNA (como os conhecidos coronavírus, rotavírus e enterovírus), e bastante resistente, conseguindo ficar presente no ambiente, sobre superfícies e principalmente na água e alimentos contaminados por um bom tempo.

Falta de estrutura e planejamento urbano

O Norovírus é transmitido principalmente pela água. Quando uma pessoa consome alimentos ou água contaminados, faz parte de um conjunto de vírus característicos de regiões com baixos índices de saneamento básico, onde o esgoto não tratado chega ao mar. E é desse modo que os banhos de praia passam a ser um risco também. Ou seja, em períodos em que a população excede a capacidade de estrutura das cidades. E essas sem um planejamento adequado de seus recursos hídricos, é quando vemos os cenário perfeito para o aumento da transmissão viral e o aparecimento de surtos.

Prevenção

Evitar banhos de mar em praias com aparecimentos de casos, sinalizadas como impróprias para banho e em locais onde se observa o despejo de esgotos. Cuidar das fontes de água utilizadas para as tarefas diárias é outra forma de prevenção, água de procedência conhecida ou fervida.

Evitar consumir alimentos de origem desconhecida, que possam não ter sido adequadamente cozidos, vegetais que possam ter sido higienizados com agua contaminada e frutos do mar que concentram mais partículas desses micro-organismos.Por fim, no convívio com quem tem sintomas gastrointestinais, como diarreia e vômitos, higienizar o ambiente e mãos e evitar compartilhar talheres e objetos de uso.

Boate Kiss: 10 anos de uma tragédia que não pode ser esquecida

Não obstante o esforço de muitos profissionais que se mobilizaram em torno de iniciativas louváveis, entre elas a experiencia daquilo que viria a se transformar em nosso Centro Integrado de Atenção às Vítimas de Acidentes (Ciava) do HUSM, não há dúvidas que um dos efeitos mais duradouros da tragédia é o impacto na saúde mental de todos envolvidos, em especial dos pais e familiares.

Completando 10 anos da tragédia, um princípio não tão bem descrito nos livros de medicina, mas que tem função terapêutica, pelo simbolismo e pelo sentimento de reconciliação com as perdas de entes queridos, é o princípio da Justiça. Bem descrito entre os princípios da Bioética, o seu oposto, quando persiste como sentimento nos sobreviventes e familiares, não contribui em nada para curar as feridas.

Aumento de casos de bronquiolite por VSR em crianças

Essa semana vimos o relato de pelo menos três hospitais do aumento de atendimento de casos de doenças respiratórias e bronquiolite em crianças na capital. Trata-se do vírus sincicial respiratório (VSR). Ocorre que a época é considerada incomum. A circulação do VSR ocorre do outono até início da primavera no RS, mas o número de casos aumentou nas últimas semanas.

O mais recente Boletim Infogripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indicou que cerca de 60% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registrados foram em crianças até 4 anos foram causados pelo VSR no Brasil. E lembremos que esses dados dependem da amostragem de hospitais de locais dito sentinelas, porque tal vírus não é solicitado na rotina da maioria dos hospitais no estado.

Essa anormalidade podemos atribuir em parte como consequência da pandemia de Covid-19. Com o isolamento social, o coronavírus passou a dominar a circulação viral. Agora quando reemergem, o fazem fora do período sazonal esperado.