Movimento Acorda Brasil

Supermercados seguem sem alguns produtos em Santa Maria

Jaiana Garcia

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Nos mercados, produtos de primeira necessidade, como leite, pão, verduras e frutas seguem em falta e sem reposição. No supermercado Peruzzo, alimentos perecíveis, como laticínios e carnes congeladas e resfriadas ainda não foram repostos, desde o começo da mobilização dos caminhoneiros no Estado.

Os ovos de Páscoa, que já deveriam estar enfeitando as prateleiras e gôndolas, ainda não chegaram. A primeira remessa do produto deveria ter sido entregue na segunda-feira.

A pouca oferta tem feito com que alguns consumidores mudem os hábitos e comprem alguns produtos em grande quantidade.

— Nós temos notado que as pessoas têm comprado óleo, arroz e leite mais do que o comum. O nosso movimento na última semana também aumentou, acho que o pessoal está com medo que falte produtos — afirma o gerente do supermercado, Antônio Pinheiro.

Segundo o gerente, ainda não há prejuízo, porque as pessoas acabam levando outros produtos e de outras marcas se não encontram o que procuravam. Dos 25 caminhões que chegavam todos os dias no supermercado, apenas 10 têm descarregado.

Para os donos de restaurante a tensão é grande. O proprietário de um, Roni Silva, 77 anos, diz que já está ruim de comprar carne de qualidade.

— Estamos com muito medo que falte certos produtos. Por enquanto, notei a falta de carne boa, mas o resto estamos nos virando — garantiu.

A qualidade de alguns produtos, realmente, tem incomodado os consumidores.

— Notei que algumas verduras, frutas e legumes estão feios, manchados. Vai acabando o estoque e sobre só isso — observou o vigilante Julio Cesar Prestes, 44 anos.

No supermercado Rede Vivo do trevo da Uglione, a prateleira do leite e dos pães estava com um "buraco". Algumas marcas dos dois produtos já não são mais encontradas pelos clientes. Em função disso, a gerência limitou a quantidade de caixas de leite que o consumidor pode comprar: são apenas 12 unidades por pessoa.

O manobrista Pedro Dutra, 24 anos, tem um filho de três anos e tem comprado leite a mais toda vez que vai ao supermercado. Além disso, está se prevenindo contra a alta dos preços.

— Estou aproveitando todas as promoções porque tenho medo que tudo aumente de preço, mas hoje não achei carne em oferta.

O supermercado passou a semana inteira sem mamão, que chegou só neste sábado, e quem procurou por ovos, não encontrou nem uma caixa.

— Estamos comprando um volume menor de produtos e de fornecedores mais próximos da cidade — garante o gerente, Anderson Natel.

Postos receberam combustível

Combustível na bomba e no tanque, e alívio para os motoristas e para os donos de postos. O Posto Maxxi, que ficou mais de um dia sem combustível, recebeu um caminhão a meia-noite de sábado. O caminhão que abastece o posto vem de Esteio, na Grande Porto Alegre, e ficou parado nos bloqueios das rodovias.

O gerente Félix Santos não soube precisar o prejuízo de um dia inteiro sem abastecimento, mas garante que se continuar assim, vai faltar combustível de novo.

— Recebemos cerca de mil clientes por dia, e sexta o movimento parou. Comércio sem movimento não tem lucro — frisou.

No Posto Dutra, o caminhão tanque chegou ontem, por volta das 21h. O veículo, que foi buscar combustível em Canoas, ficou preso na ida e na volta, em Venâncio Aires. Na sexta-feira, o posto ficou mais de três horas sem gasolina comum.

— Mandamos um caminhão novamente para lá, mas desta vez pela BR-290, onde não tem bloqueio — disse o proprietário do posto, Valnir Dutra.

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