Semana é decisiva para a escolha do gestor do hospital regional

Não é de hoje que uma das obras mais importantes do centro do Estado - o hospital regional de Santa Maria - é objeto de disputa política. Com a iminência da entrega do prédio e a definição sobre a gestão do complexo, as discussões entre o atual e o futuro governo do Estado se acirraram ainda mais.

Há argumentos políticos prós e contras a uma gestão pública (da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - Ebserh) ou filantrópica (por meio de instituições como Icor, Hospital Mãe de Deus ou Sefas).  O Diário ouviu os principais personagens desta novela para entender qual o impacto da definição da administração na vida dos pacientes.

O debate em torno da escolha do gestor do regional se intensificou às vésperas da assinatura do termo de cooperação entre Estado e Univesidade Federal de Santa Maria, previsto para 9 de dezembro. É esse termo de cooperação que definirá o funcionamento do regional pela Ebserh.
Um movimento liderado em âmbito regional pelo prefeito Cezar Schirmer e, estadual, pelo deputado federal Osmar Terra, ambos do partido do governador eleito José Ivo Sartori (PMDB), tem tentado reverter o caminho que aponta para a Ebserh, a mesma que administra o Husm.
- A obra do regional não está pronta, os equipamentos não foram comprados. As obras de asfalto no entorno aguardam a doação de área à prefeitura. O hospital não abrirá em menos de seis meses. Por que a pressa do atual governo estadual, que termina em 30 dias? - questiona o prefeito de Santa Maria Cezar Schirmer (PMDB).

A posição dos prefeitos

Hoje, uma reunião da Associação dos Municípios da Regional Centro (AMCentro) irá tratar do assunto e finalizará com um posicionamento oficial da entidade para ser levado ao governo do Estado. Prefeitos da região têm dúvidas sobre o funcionamento do novo hospital com a Ebserh à frente, e até dificuldade em se posicionar a respeito.
Segundo os gestores municipais, isso ocorre por falta de informações já que teriam ficado "de fora" das discussões sobre a futura gestão do regional, apesar de terem colaborado, via consulta popular, com recursos na ordem de cerca de R$ 7 milhões.

Só falta o aval da UFSM

Há um caminho curto a percorrer até a assinatura do termo de cooperação que pode chancelar a Ebserh à frente da gestão do regional. Tudo depende do Conselho Universitário da UFSM, que se reúne nesta sexta-feira para decidir se dá o  aval para que a Federal assine a parceria com o governo do Estado. Depois de assinada esta parceria, a Ebserh entra no jogo. O aval à parceria é dado como praticamente certo pela secretária de Saúde do Estado, Sandra Fagundes, e pela reitoria da UFSM.
- Será assinado termo de cooperação entre Ebserh e governo do Estado e, na sequência, será assinada uma cessão de uso do prédio para a Ebserh. O complexo será cedido porque isso pode ser feito por decreto do governador. No caso de doação da área, teria de passar pela Assembleia Legislativa.
Conforme a secretária, o termo de cooperação pode ser rompido a qualquer tempo.

Todos querem ser os pais do regional

Desde que foi anunciado pelo governo do Estado, em 2003, o hospital regional de Santa Maria tornou-se uma das obras mais esperadas da história do município.

Com investimentos de R$ 47 milhões, o prédio é a esperança para diminuir as agruras da saúde pública estadual. Como toda obra pública de peso, a instituição tornou-se também cobiça dos políticos que, por motivos óbvios, disputam sua paternidade.

Entregar, com pompa e cerimônia, o complexo com 20,7 mil m2 destinado a uma das áreas mais sensíveis do país, a saúde, seria um prazer para qualquer político.
O desejo pela paternidade do hospital é tamanho que foi disputado em campanhas ao Piratini e ao parlamento gaúcho neste ano, além de ter sido apontado como cria por parte dos candidatos à prefeitura de Santa Maria em 2012.

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