Santa Maria confirmou mais seis mortes por Covid-19. Cinco aconteceram desde o último domingo, e um caso é retroativo de dezembro. O total de mortes em janeiro chegou a 10 - sete foram apenas na última semana. Com esses registros, o mês de janeiro de 2022 já iguala o total de mortes registradas nos últimos 4 meses de 2021. Ao todo, o município contabiliza 846 mortes desde o começo da pandemia. Os dados são do boletim epidemiológico da prefeitura de Santa Maria.
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Uma das mortes confirmadas é de uma criança, de 7 anos, com síndrome de down e doença cardiovascular. Ela foi diagnosticada com Covid-19 no último domingo, foi internada na UTI do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) e morreu no mesmo dia.
Outras duas mortes aconteceram na segunda-feira. Uma das vítimas é uma mulher, de 93 anos, com registro de doença neurológica crônica e de esquema vacinal completo. Em 22 de janeiro, teve o diagnóstico positivo para a Covid-19. No dia seguinte, deu entrada no Hospital Regional, onde faleceu no dia 24. A outra vítima é idoso, de 88 anos, com registro de doença cardiovascular crônica, doença neurológica crônica e pneumopatia crônica. Ele possuía esquema vacinal completo e positivou para o coronavírus no dia 18 e foi internado no Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo. A morte também foi no dia 24.
As outras duas vítimas morreram na terça-feira. Uma delas é uma mulher, de 75 anos, com registro de diabetes, obesidade e imunodeficiência. Ela possuía três doses da vacina contra a Covid-19, segundo a família. Em 13 de janeiro, teve o diagnóstico positivo para a Covid-19. Na mesma data, deu entrada no Hospital Regional, sendo transferida para a UTI em 19 de janeiro. O óbito aconteceu em 25 de janeiro. O outro é um homem, de 72 anos, que também havia se vacinado, com registro de diabetes, doença cardiovascular e doença neurológica. Ele foi diagnosticado com Covid-19 e internado na UTI no Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo em 22 de janeiro.
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A prefeitura já havia confirmado outros dois óbitos nos últimos sete dias: uma mulher, de 87 anos, na sexta-feira passada, e um homem, de 92 anos, no último domingo. A prefeitura não divulgou a situação vacinal destas vítimas.
ESPECIALISTA AVALIA SITUAÇÃO
Para o médico infectologista do município, Marcos Lobato, o número de óbitos em decorrência da Covid-19 é resultado de uma série de fatores como, por exemplo, a chegada da Ômicron - que mais transmissível - no município, o aumento do número de casos de leves e moderados da doença, assim como o aumento do número de internações.
- Nós temos, pelos dados parciais, mais de uma centena de casos acumulados até o momento de internações no mês de janeiro. Então, era esperado, infelizmente, que tivéssemos um aumento de óbitos. Estamos acompanhando e está acontecendo em outros lugares do mundo - afirma Lobato, explicando que dados das capitais brasileiras sobre a doença podem ser usados para entender a dinâmica da pandemia.
Apesar da alteração significativa na situação da doença em Santa Maria, o Lobato explica que também houve um aumento da vacinação, que justifica o número baixo de óbitos. Ainda sobre o perfil apresentado pelo último boletim epidemiológico do município, o médico faz algumas ressaltas:
- Só as pessoas mais frágeis estão indo a óbito ou as não vacinadas. No caso, pegamos o primeiro grupo aqui em Santa Maria. Notamos que a única pessoa jovem, uma criança que foi a óbito, infelizmente, e que não estava vacinada, tinha vários problemas de saúde e tinha infelizmente uma sensibilidade muito maior que a média das crianças. É parte do próprio processo. Estamos repetindo aqui o que tem acontecido em outros lugares do país.
Para Lobato, o número poderia ser maior, se não fosse os avanços na vacinação. Com um comparativo entre janeiro de 2021 e 2022, ele busca explicar que a imunização visa amenizar o número de casos graves e consequentemente, os óbitos.
-É só comparar os número de um ano atrás e agora. Pegue o número de casos. Temos mais casos diagnósticos agora em geral do que teve no mês de janeiro do ano passado. Há um ano, nós tínhamos muitos menos casos e começou a ter mais óbitos do que agora. Então, fica muito clara a questão da vacina. Só que ela não protege 100%. É muito semelhante ao que acontece com a Influenza. Temos uma cobertura vacinal relevante, mas ela infelizmente não evita que as pessoas mais fragéis morram. Continua sendo assim e deve continuar mesmo que atinjamos uma boa cobertura vacinal.