Sandro Meinerz prestou depoimento por mais de cinco horas

O delegado da Polícia Civil Sandro Meinerz depôs por mais de cinco horas nesta quinta-feira, no processo criminal da Kiss que tramita na Justiça Estadual. O testemunho foi solicitado pela defesa de Marcelo de Jesus dos Santos, réu no processo, durante depoimento do delegado regional Marcelo Arigony no dia 10 deste mês.

Este é o primeiro depoimento de uma pessoa referida durante as audiências. Diante de um dos públicos mais numerosos de todas as audiências até o momento — havia cerca de 50 pessoas no Salão do Júri —, Meinerz esclareceu detalhes do inquérito, falou sobre as provas técnicas e sobre o que levou ao indiciamento dos quatro réus. Provocado pelos advogados de defesa, discorreu ainda sobre os encaminhamentos feitos no inquérito nos casos referentes aos servidores públicos, aos bombeiros, ao prefeito Cezar Schirmer e ao promotor Ricardo Lozza.

— Remetemos (cópias do inquérito) a quem cabia. Se a prefeitura não abriu sindicância e se o Ministério Público não investigou, e arquivou, foi decisão deles — disse o delegado.

Ao final da audiência, houve bate-boca entre Jader Marques, que defende Elissandro Spohr, o Kiko, um dos sócios da boate, integrantes da assistência de acusação e o promotor Maurício Trevisan. A discussão girou em torno de que o Ministério Público teria permitido que a Kiss funcionasse mesmo durante reformas no interior. Além disso, houve discussão por causa do inquérito civil que investigou a fiscalização em estabelecimentos e foi arquivado pelo MP. O depoimento terminou às 18h.

Ainda falta um depoimento em 10 de junho, no Rio de Janeiro. Além disso, foi pedido que seja ouvido o arquiteto Rafael Escobar, que apontou 29 irregularidades no projeto da Kiss em 2009. A próxima etapa (que não tem data) deve ser de mais depoimentos de pessoas referidas pelas testemunhas.