R$ 1,45 milhão

Quais as melhorias que 11 escolas de Santa Maria farão com dinheiro que receberam do governo

Joyce Noronha

Banheiros interditados, rede elétrica capenga, quadras de esporte em péssimas condições... Os problemas estruturais enfrentados pelas escolas estaduais de Santa Maria não são poucos e se multiplicam entre os colégios. 

Mas uma luz no fim do túnel pode ajudar a amenizar as incômodas situações enfrentadas todos os dias por professores, funcionários e alunos. Há pouco mais de um mês, 36 escolas da Região Central foram contempladas com cerca de R$ 5 milhões para reformas e pequenas ampliações por meio de um empréstimo com o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird). Desse montante, R$ 1,45 milhão será dividido entre 11 colégios de Santa Maria.

Duas escolas receberam R$ 50 mil, a General Gomes Carneiro e a Marieta D'Ambrósio. As outras nove foram contempladas com R$ 150 mil.

Motivo do repasse
De acordo com a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), os critérios técnicos para escolher a destinação dos recursos obedecem às demandas com projeto e orçamento prontos, apontamentos do Ministério Público, pesquisa do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Rio Grande do Sul (Seap/Saers), demandas de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) com projeto entregue por empresa terceirizada e aprovado pelos Bombeiros e demandas de obras represadas desde 2014. 

Veja quais as melhorias que as escolas pretendem fazer:

1) General Gomes Carneiro

Foto: Gabriel Haesbaert / NewCo DSM

A diretora, Dirlei das Graças Motta, comenta que a verba será usada para fazer a reforma do telhado e do forro das edificações que têm sala de aula. Ela mostrou para a equipe do Diário que o telhado começou a ceder para dentro das salas e comentou que as estruturas receberam serviço paliativo. Dirlei se preocupa com uma possível queda do telhado. Os R$ 50 mil que o colégio recebeu não será suficiente para o trabalho em todo telhado do colégio, localizado no Bairro Patronato, mas vai ajudar com as partes mais críticas


2) Marieta D¿Ambrósio 

Foto: Lucas Amorelli / New Co DSM

A escola, situada no Bairro Centro, recebeu a verba para a reforma de um muro, porém, a diretora, Tânia Paim, não sabe se o recurso será investido mesmo nesta estrutura. Ela comenta que há outras demandas da escola, mas vai organizar melhor o investimento da verba depois que passar pela orientação da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), amanhã, em Santa Cruz.


3) Coronel Pilar

Foto: Lucas Amorelli / New Co DSM

A escola, no Bairro Nossa Senhora das Dores, é a única que recebeu a verba via ordem judicial. De acordo com a diretora da escola, Eli Correa Dias, há anos a escola tentava recurso para trocar o transformador de energia elétrica do colégio. Ela comenta que o aparelho é velho e não suporta a demanda de energia que a escola utiliza nos últimos anos, que recebeu computadores, ares-condicionados e outros eletrônicos, que exigem demais transformador. A diretora teme que se a máquina não for trocada, poderá explodir. O que gera risco para alunos e funcionários da escola.


4) Augusto Ruschi

Foto: Lucas Amorelli / New Co DSM

A verba, a princípio, é para fazer a troca da rede elétrica da escola, que fica no Bairro Juscelino Kubitschek. O vice-diretor do colégio, Danclar Rossato, diz que o recurso é suficiente para a troca da fiação elétrica e da tubulação da escola.

Contudo, a diretora, Maria Antonieta Guimarães, diz que não vê problemas na rede elétrica do colégio e, se for possível, quer investir a verba na ampliação do refeitório da escola, na troca do piso do salão, ou pintar as paredes do colégio. A escola vai conversar com alguém da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) na orientação de amanhã para averiguar a possibilidade de trocar o destino do investimento do recurso.


5) Marechal Rondon

Foto: Lucas Amorelli / New Co DSM

A diretora, Cristina Godoy, comenta que há mais de 15 anos o colégio, no Bairro Salgado Filho, não passar por reformas na estrutura. Nos últimos anos, apenas pequenos reparos no piso e no telhado foram feitos. A verba foi repassada por um pedido da escola para arrumar a elétrica do colégio, mas a diretora espera que o recurso contemple reformas na estrutura do prédio ou que consiga construir mais salas de aula. Cristiana diz que o dinheiro não é suficiente para todos os serviços necessários, mas comenta que "já é um dinheiro bom".


6) Santa Marta

Foto: Lucas Amorelli / New Co DSM

Apesar da escola, localizada no Bairro Nova Santa Marta, ter recebido o recurso para serviço na rede elétrica, a diretora do colégio, Gleide Vargas, comenta que a verba será utilizada para começar a construção da quadra de esportes da instituição de ensino. A professora define a quadra poliesportiva como prioridade, pois a escola não tem área para atividades físicas.

Segundo Gleide, em uma primeira análise de engenheiros da 8º CRE, com o recurso poderá ser feito o piso, marcação, colocação das goleiras e iluminação da quadra poliesportiva. A diretora diz que desde a inauguração da escola, em 2001, a instituição não passa por reformas grandes.


7) Edna May Cardoso

Foto: Gabriel Haesbaert / NewCo DSM

Outra escola que pretende investir na troca do telhado e trocar parte da rede elétrica, que é velha e problemática. A Seduc aponta que a verba para o colégio, no Bairro Camobi, é para reformas e a diretora, Adriana de Castro Rocha, diz que R$ 150 mil não é suficiente para todos os reparos que a instituição de ensino precisa, pois a escola é grande.

Ela lembra que a última reforma no telhado foi feita em 2002, mas comenta que logo em seguida que o serviço foi concluído, choveu e danificou o trabalho. Já a rede elétrica, não comporta mais a intensidade da energia que o colégio utiliza, o que faz com que os professores não possam ligar os ventiladores das salas de aula.


8) Cícero Barreto

Foto: Lucas Amorelli / New Co DSM

A diretora, Vânia Cunha Pires, diz que a verba será usada para atualizar o Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) e fazer a troca do telhado do colégio, que fica no Bairro Centro. Vânia comenta que faz oito anos que o telhado passou por uma reforma e a situação está bastante precária. Ela conta que quando chove, há áreas da escola que ficam alagadas pelas infiltração e goteiras.

A professora ainda comenta que o recurso repassado não é suficiente, pois a instituição de ensino precisa de uma quadra poliesportiva, mas afirma que a verba repassada "já ajuda" em algumas demandas.


9) João Belém

Foto: Gabriel Haesbaert / NewCo DSM

O colégio recebeu a verba para reforma e a responsável pelo setor financeiro, Ana Teixeira, diz que a escola precisa, urgentemente, de substituição da fiação elétrica e troca dos sanitários. Segundo ela, a última reforma geral na instituição de ensino foi há cerca de 20 anos. Contudo, Ana diz que apenas depois da orientação da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), amanhã, em Santa Cruz, é que a escola vai definir como investir a verba repassada pelo Estado.


10) Humberto de Alencar Castelo Branco

Foto: Lucas Amorelli / New Co DSM

A diretora, Carine Virago, diz saber que a verba repassada é para reformas, mas não sabe qual tipo de obra. Ela aguarda a orientação da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), amanhã, para saber o que será possível fazer com o recurso. Documentos do Estado mostram que consta o valor para a escola, situada no Bairro Boi Morto, deveria ser utilizado para uma reforma.

Carine espera que o recurso possa ser aplicado na quadra poliesportiva, ou na ampliação de salas de aula e da biblioteca do colégio. A diretora diz que também gostaria de fazer a pintura da escola. Ela comenta que a expectativa é grande para saber onde a instituição de ensino poderá aplicar a verba.


11) Professora Celina de Moraes

Foto: Gabriel Haesbaert / NewCo DSM

Outra escola que pretende modificar o destino do investimento, de acordo com a diretora, Noeli Homrich. O pedido da escola mostra que o recurso foi solicitado para o muro do colégio, no Bairro Km Três, mas Noeli diz que pretende construir uma subestação de energia elétrica. Segundo a diretora, a obra é pequena, uma caixa de concreto de 2,5 metros de profundidade, por 3 metros de largura e 1,5 metro de altura.

Esta subestação ajudaria a escola a ampliar a capacidade de uso da rede elétrica da escola, que vem exigindo cada vez mais do transformador da instituição. Noeli afirma que quer utilizar cada centavo repassado pelo Estado em investimentos no colégio e comenta que, se com a obra da subestação, sobrar verba, ela tem outros planos de onde investir na instituição de ensino.


ASSESSORIA AOS DIRETORES

A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) convocou os 36 diretores de escolas atendidas pela 8ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) para uma capacitação sobre como aplicar os recursos repassados pelo Bird. O encontro ocorre amanhã, das 13h30min às 18h, no auditório da Faculdade Dom Alberto, em Santa Cruz do Sul. Podem participar da orientação diretores e representantes financeiros dos colégios.

Como está a situação das faixas de segurança em frente a 15 escolas 

De acordo com a diretora administrativa da 8ª CRE, Neuza Matione, a ideia da orientação é apresentar as etapas do processo de licitação e as atividades subsequentes da forma mais didática possível, para que as escolas possam realizar uma melhor aplicação dos recursos. Durante a reunião, os diretores poderão apresentar todas as demandas emergenciais das instituições de ensino.

– Como o repasse foi feito dentro da demanda que os colégios necessitavam, pode ser que, com o passar do tempo, estas demandas tenham mudado. Tudo isso será debatido na capacitação – diz Neuza.

Além das escolas contempladas na abrangência da 8ª CRE, participam do encontro de orientação, em Santa Cruz do Sul, representantes de colégios, que também receberam verba do Bird, das 5ª, 6ª, 13ª, 18ª, 19ª e 24ª Coordenadorias Regionais de Educação.

Organização

secretário estadual de Obras, Saneamento e Habitação, Fabiano Pereira, comenta que a troca é possível, desde que o valor do serviço não passe dos R$ 150 mil. Ele explica que este recurso é previsto para serviços emergenciais das escolas. O titular da pasta também valorizou o trabalho conjunto das secretarias, salientando que os investimentos em educação revelam uma das principais prioridades do governo. 

"Venda" do antigo Hospital Universitário volta a debate

Fabiano comenta que as instituições de ensino têm um prazo de seis mesesprorrogável por mais seis meses, para utilizar o recurso repassado pelo Bird. Depois deste prazo, se o colégio não tiver utilizado a verba, ou parte dela, precisará devolver ao Estado.

– Por isso o nosso foco é trabalhar na elaboração dos projetos o quanto antes, para não deixar as escolas mal atendidas. A situação financeira do Estado não é boa, todos sabem disso, não podemos nos dar ao luxo de devolver dinheiro – comenta o secretário.

A escola Santa Marta quer construir uma área de esportes para os alunos  Foto: Lucas Amorelli / New Co DSM

A Secretaria de Obras vai auxiliar as instituições de ensino durante as etapas de elaboração do projeto, laudos, vistorias, orçamentos e fiscalização dos serviços. A escolha das empresas que vai realizar o trabalho para cada escola será feita por carta-convite, uma modalidade mais simples de licitação.

Com pátio interditado, escola de Santa Maria vai cortar 20 árvores

A carta-convite deve ser enviada a, no mínimo, três participantes, neste caso, três empresas que possam fazer o serviço solicitado pela escola. Fabiano diz que o valor de até R$ 150 mil em repasse foi proposital, para que os colégios pudessem usar este tipo de licitação mais simplificada.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Assaltantes invadem agência e explodem caixa eletrônico

Próximo

FOTOS: Santa Maria registra a temperatura mais baixa dos últimos cinco anos

Geral