Saúde

Profissionais do Husm ajudam pacientes a combater a obesidade

Thays Ceretta

Em algum momento da sua vida você começou a fazer atividade física e mudar os hábitos alimentares, mas acabou desistindo no meio do caminho? Na maioria das vezes, o motivo é a falta de tempo em função dos compromissos do dia a dia. Se para um adulto é difícil manter uma alimentação saudável e fazer exercícios regularmente, imagina para crianças e adolescentes. O problema é que, se esses hábitos não virarem rotina desde cedo, no futuro, a situação pode ser pior.

Profissionais do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) perceberam que cada vez mais crianças, adolescentes e adultos estavam sendo encaminhados ao Husm por causa do excesso de peso. É por isso que o Grupo Multidisciplinar de Cuidados com Obesidade e Diabetes, vinculado à Unidade de Reabilitação do hospital, trabalha na conscientização e prevenção desses fatores. A enfermeira Claudiane Bottolli, integrante do grupo, explica que o trabalho é mostrar aos pacientes a a importância de adotar novos hábitos de vida tanto com a alimentação quanto com a atividade física. Por isso, é importante que os profissionais trabalhem juntos.

– A cada encontro, é feita a verificação de peso, altura, circunferência abdominal, pressão arterial, frequência cardíaca e verificação de glicemia. Assim, nós temos um controle, tanto das crianças quanto dos adultos. A gente trabalha muito também a questão das metas que parte de cada um deles, assim, com a rede de profissionais, o trabalho se torna mais eficiente – explica.

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A obesidade infantil é a que cresce mais rapidamente no Brasil, e o cenário é agravado por hábitos alimentares de grande oferta calórica e menos atividades físicas nas horas de lazer. Muitas vezes, a população opta por buscar o que é mais fácil e mais rápido, mas os quilos extras podem causar complicações para as crianças até a vida adulta, mesmo que a obesidade seja revertida nesse tempo. Doenças como diabetes, hipertensão e colesterol alto são algumas consequências da obesidade infantil não tratada. A doença também pode levar à baixa autoestima e à depressão. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010, o índice de crianças com excesso de peso triplicou nas últimas três décadas, passando de 10,9% para 34,8%.

AÇÃO DE TODOS
A família acaba sendo um reflexo disso, por esse motivo é que o grupo atende também os responsáveis que acompanham as crianças e adolescentes. A médica pediatra da Unidade de Reabilitação do Husm e integrante do grupo Heloisa Ataide Isaía conta que há uma resistência por parte da família em incentivar mais os filhos.  

– Eu noto um pouco de dificuldade das famílias. É por isso que a gente tenta estimular para que todos tenham uma vida saudável. A maior resistência da família é dizer um não. Hoje tem muita oferta de produtos industrializados e, para a família, é mais fácil dar o que está pronto. A gente não proíbe, mas mostramos que certos alimentos e bebidas não devem fazer parte do cardápio diário – salienta.

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INFÂNCIA
Na fase de crescimento, é muito importante que os pais estejam atentos. Brincadeiras de rua, em grupos, são positivas tanto para o físico quanto para o emocional. O incentivo dessas atividades possibilita uma maior socialização. Afinal, o isolamento provocado pela obesidade é natural, por se acharem diferentes do seu grupo.

 SANTA MARIA, RS, BRASIL. 14/09/2017.Grupo vinculado a Unidade de Reabilitação do Husm ajuda pacientes obesos. NA FOTo: Pietra Regina Ramires ¿ 9 anos ¿ de Silveira Martins (gordinha toda de preto)FOTO: GABRIEL HAESBAERT / NEWCO DSM
Lauren Vitória da Silva Pinto, 11 anos mora na cidade de Agudo e participa do grupo assim como Pietra Regina Ramires, 9 anos do município de Silveira MartinsFoto: Gabriel Haesbaert / NewCO DSM

Em uma das atividades mensais, realizada na última quarta-feira, o grupo participou de brincadeiras lúdicas e exercícios físicos em um ginásio do Centro de Educação Física da Universidade de Santa Maria (UFSM). Além de mostrar que eles podem fazer exercícios em casa, a ideia é que entendam que a atividade física também é prazerosa, e não só a tela de um celular ou computador.

Para Heloísa, nas últimas décadas mudou o perfil das famílias, tanto na alimentação quanto no estilo de vida. Como consequência, o número de crianças e adolescentes obesos triplicou. É uma geração que está mais sedentária, e o impacto não é só físico, mas psicológico com a autoestima e o preconceito.

 Ao final do encontro, o grupo fez um lanche saudável, que incluía água, água de coco, banana, maçã e sanduíche com pão integral recheado com ricota, cenoura e requeijão. 

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RESULTADOS
O grupo alerta que as crianças devem fazer atividade física uma hora por dia, de leve a moderada (aquela que o coração bate mais forte e se perde um pouco do fôlego). Isso inclui andar de bicicleta, correr e brincar em grupo. Um dos pacientes do grupo dos adultos já perdeu 24 quilos durante o acompanhamento.

Maria Barbosa, 8 anos, disse que já aprendeu muita coisa desde que começou a participar das atividades.

– Eu gosto de brincar, estou fazendo isso para emagrecer – comentou.

A mãe dela, Vanusa Barbosa, 34 anos, dona de casa, disse que a filha está comendo melhor e fazendo exercícios em casa. 

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