data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)
Diferente de outros anos, as plataformas de embarque da Estação Rodoviária não tiveram grande movimentação na quinta-feira que antecede o feriado de Nossa Senhora Aparecida, dia 12 de outubro. Ontem à tarde pouca gente deixava a cidade para visitar parentes ou aproveitar os dias de folga em outros destinos.
De acordo com o administrador do Terminal Rodoviário de Santa Maria, Jorge Aita, até ontem a procura por passagens não havia aumentado e nenhuma empresa havia colocado carros extras. Com a vigência da bandeira vermelha para a Região de Santa Maria, os ônibus podem transportar até 50% da capacidade de passageiros e a oferta de mais horários se dá conforme a demanda.
- Fora da pandemia, nessa época, já teriam vários carros extras abertos, o que hoje não acontece. Mesmo com anos trabalhando com isso, está difícil fazer alguma projeção. Estamos na expectativa que até a sexta-feira as empresas liberem mais horários, mas é uma expectativa no "escuro" - declara Aita.
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A venda de passagens de ônibus intermunicipais vem sofrendo queda desde o início da pandemia. Na véspera do feriado de Páscoa, pouco menos de 300 passagens haviam sido vendidas enquanto no mesmo feriado do ano passado foram vendidas 25 mil. A frota de carros chegou a cair para 10% em abril. Já no feriado de Sete de setembro, o movimento caiu 54% em relação a 2019.
O casal Pedro Amaro Machado e Marta Lizete Machado, ele aposentado e ela empresária, tinham como destino Porto Alegre para visitar familiares, mas conscientes dos riscos de uma viagem durante a pandemia do coronavírus. Pedro acredita que o uso correto de máscara e álcool gel, além de observar o distanciamento, diminuem as chances de contágio.
- E também evitar aglomerações - reforça ele. Já a esposa é mais temerosa, mas relata que teve de ir a São Paulo há poucos dias, com muito medo, mas se desdobrou em cuidados.
- Deu tudo certo - graças a Deus.
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A médica infectologista Jane Costa reforça as orientações desde o início da pandemia de evitar aglomerações, praticar o distanciamento social, a higiene de mãos e o uso de máscara.
- Os cuidados devem continuar os mesmos, a pandemia continua, o que está acontecendo é que ela descentralizou. Ela começou nas cidades de grande porte e agora está em todas as cidades, porque as pessoas continuam transitando e se aglomerando.
O infectologista Fábio Lopes Pedro diz que não há impedimento para viagens se as pessoas estiverem sem sintomas da covid-19. O especialista recomenda que sejam seguidos os cuidados como uso de máscara e álcool gel nas paradas em postos de gasolina ou outros estabelecimentos. Além disso, explica que o uso da máscara ao visitar familiares idosos ou dos grupos de risco para o coronavírus é prudente, mas que o isolamento dentro de um mesmo núcleo familiar não é "factível".
- Não há como se isolar das pessoas para o resto da vida, o vírus não vai embora. Claro que é necessário algum cuidado nesse momento para evitar um grande contingente de pessoas infectadas, mas dentro de seu veículo, da sua casa, não há motivo para separar-se, para isolar-se - opina.
O médico destaca que uma das medidas mais prudentes é procurar atendimento médico assim que surgirem sintomas gripais:
- Pessoas com sintomas compatíveis têm de procurar atendimento dentro das 72 horas iniciais, especialmente dentro das primeiras 48 horas. Esse é o grande divisor de águas. As pessoas que ficam em casa esperando geralmente têm evoluído de maneira desfavorável. Infelizmente esse discurso do "fique em casa" é algo ultrapassado. Quem procura atendimento no início do quadro gripal, que está com tosse, garganta ardendo, etc, muda drasticamente a evolução do caso.
Os médicos lembram ainda que a forma mais segura de viajar é de carro.
- Os ônibus estão tomando o cuidado de não vender a poltrona ao lado, mas de qualquer maneira é um grande tempo que as pessoas permanecem no mesmo ambiente - diz Jane Costa.