Polícia Federal investiga trabalho escravo e contrabando em propriedade rural de Santa Maria

A Polícia Federal, com apoio da Receita Federal, deflagrou, na manhã desta quinta-feira (06/10), a Operação Vasum, para reprimir os crimes de descaminho, associação criminosa e trabalho escravo. Policiais federais cumpriram quatro mandados de busca e apreensão em Santa Maria, com a participação de servidores da Receita Federal. Segundo a polícia, os investigados teriam movimentado mais de R$ 10 milhões nos últimos quatro anos A investigação iniciou a partir de uma denúncia de que uma família originária da Bahia teria sido submetida a trabalhos forçados, em condições análogas a de escravo, em uma propriedade rural no município de Santa Maria. Durante as investigações, os policiais confirmaram a suspeita de que uma mulher e seus dois filhos menores de idade (que não tiveram as idades divulgadas) foram vítimas de trabalhos forçados. Eles teriam jornada excessiva, sem qualquer contraprestação financeira e com restrição dos meios de locomoção e de contato. As vítimas, porém, teriam fugido do local há mais de dois anos, quando as investigações começaram.

Os policiais verificaram que os investigados também atuavam na importação clandestina de bebidas estrangeiras, principalmente uísques e espumantes. Após as mercadorias serem trazidas ao Brasil, eram armazenadas em depósitos clandestinos até serem enviadas para outras cidades e estados.

Os investigados utilizavam empresas fictícias para realizar as remessas sem chamar atenção dos órgãos de fiscalização. Foram apreendidas mercadorias nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, e em várias cidades do Rio Grande do Sul. Estima-se que a movimentação financeira dos últimos quatro anos seja superior a R$ 10 milhões. O nome da operação faz referência ao modus operandi dos investigados, que enviavam as bebidas usando notas fiscais falsas, como se fossem vasos de decoração.