Silvana MaldanerEditora de revista
Cheguei num ponto da vida que, de tantas histórias vividas e compartilhadas, não vou mais perder tempo me indignando com gente maldosa, mentirosa e sem escrúpulos .
Perder tempo falando de políticos carniceiros que fazem conchavo com o diabo para estar no poder, que votam em suas aposentadorias, autopromoção de salários e penduricalhos, sem pudores, também não vão tirar o meu sono.
Sempre haverá quem defenda bandidos, sequestradores e vândalos. Há quem acredita que dinheiro público é de ninguém. Há muita coisa que foi legalizada e que é imoral. Muitas pessoas se apropriam em leis antigas e nos famosos direitos adquiridos para se safar e justificar absurdos e aberrações administrativas. Pessoas que acumulam dois ou três contratos públicos somando 60 horas impossíveis de serem cumpridas com dignidade, sem danos para o usuário ou para a saúde ou para os cofres públicos.
Enfim, enchi o saco, não falarei de pessoas malandras até porque o livre arbítrio foi entregue a cada um de nós.A justiça dos homens é falível, pois a interpretações serão muitas e o que não faltam são pessoas tirando vantagem de brechas na lei. O acerto de contas será com a provisão divina ou com o travesseiro na noite.
Todos recebemos uma folha em branco a ser preenchida e o final do capítulo não teremos como reescrever nem passar a limpo.
E decidi não perder mais nenhum minuto de minha existência ficando indignada, revoltada ou furiosa com os absurdos que presenciamos, na grande maioria com os agentes públicos, seja qual for a esfera, na saúde, na educação, nos serviços básicos, jurídicos ou nos políticos de carreira.
Resolvi fingir demência e colocar um “pause” para aquilo que me incomoda.
Aquela tecla silenciar, ocultar, bloquear é milagrosa. Faz um bem danado desligar daquilo que não preenche, não soma e não faz sentido.
É terapêutico e medicinal. É como se deixasse de existir, e aos poucos perde a força e o espaço ocupado na nossa vida e no precioso tempo.
Isto vale também para programas de TV rádio, jornal e tudo mais. Desliguemos deste filme de terror que querem vender 24 horas.
Ninguém saberá quando será nosso último suspiro, nossa última refeição, nosso último beijo e nos braços de quem morreremos.
Então, meus queridos do coração, amem loucamente, se divirtam, a vida é uma festa. Parem de dar ibope ao sensacionalismo e às tragédias.
Não somos os diretores do juízo final para darmos nosso veredito a todas atrocidades que acontecem no mundo.
Sozinhos, não conseguiremos mudar a opinião e atitude dos outros. Podemos apenas mudar a forma de ver, sentir e responder no mundo pessoal, e assim, com nossa energia, qualificarmos pelo menos um pouco a nossa existência.
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