plural

PLURAL: os textos de Atílio Alencar e Paulo Antônio Lauda

  • Tempo de feira 
    Atílio Alencar
    Produtor cultural

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    De todas as paixões que Santa Maria nos ensina, acho que a Feira do Livro foi uma das primeiras a me deslumbrar. Não quero aqui contar nenhuma fábula em linha reta: confesso que o emblema de "Cidade Cultura" ainda hoje me soa enviesado, até um pouco soberbo. Mas, quando vi pela primeira vez a Praça Saldanha Marinho abarrotada de bancas e livros, e mais do que isso, de gente circulando sob a chuva rala de maio à cata de leituras, perguntando aos livreiros sobre um título raro ou em busca do best-seller da temporada, eu compreendi que essa cidade tinha algo que justificava a vaidade bairrista em torno da cultura local.

    PRODUÇÃO CULTURAL

    Acho que foi na Feira do Livro que comecei a prestar mais atenção na relação que a cidade guarda com sua galeria de personagens mitológicos, aqueles que, com maior ou menor discrição, encamparam a missão de divulgar a produção cultural contemporânea na aldeia. Certamente, foi em alguma roda de conversa na praça que ouvi falar pela primeira vez em Edmundo Cardoso; que descobri quem foi Felipe d'Oliveira; que fiquei sabendo da vida e da obra de figuras como João Belém, Prado Veppo, Humberto Zanatta e tantos outros mestres e mestras que habitam a memória coletiva, ainda que restrita, dos santa-marienses mais afeitos à história cultural da cidade. Mas também conheci gente que, embora não tenha ganho um busto na praça nem dê nome à nenhuma rua de Santa Maria, merece ser lembrada agora, no tempo que compartilham conosco, pelo tanto de suor e paixão já dedicados ao sonho de transformar momentaneamente a praça em um mercado público de livros. Falo de gente como o Feijão, a Deca, o Télcio, e outros construtores incansáveis dessa micro cidade literária que é a Feira do Livro.

    RENASCENÇA

    Agora, depois de um ano de hiato, a feira volta a instalar seu acampamento no coração da praça. Não no outono, como de costume, mas na floração da primavera. E me parece justo que seja assim, num tempo de renascença, que os livros se abram, outra vez, ao ar livre, e que possamos andar em meio a eles com um otimismo tímido, mas obstinado.

    Viagem ao Maranhão
    Paulo Antônio Lauda
    Cirurgião-dentista e 
    ex-professor da UFSM

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    Sempre tive uma curiosidade de conhecer o Maranhão. Fui para lá nesta semana que passou, e agora compartilho com vocês. Nosso voo pousou em São Luiz e lá ficamos por dois dias. Vamos começar pela capital e já falar do clima e da vegetação.

    O Maranhão é um Estado politicamente situado na Região Nordeste, mas o interessante é que a vegetação na capital e arredores é amazônica. Não nos trouxe à lembrança por aqui àquela vegetação nordestina conhecida por todos. Então, penso que este Estado está numa zona de transição da caatinga nordestina para a vegetação amazônica. 

    A temperatura no Maranhão nesta época (setembro) gira em torno de 33 graus. Poucas chuvas e um ventinho constante. As temperaturas noturnas são maravilhosas, a temperatura cai a prazerosos 25 graus. A criminalidade nos foi informada como muito baixa. São Luiz é uma cidade intrigante. Pareceram-me duas cidades distintas dentro da mesma. A cidade velha, cheia de histórias para quem gosta de saber sobre a formação étnica da capital Maranhense. 

    No nosso passeio turístico por lá, foi muito comentada a invasão holandesa e, posteriormente a tomada pelos portugueses que marcaram muito a arquitetura e os costumes. Há também bolsões de pobreza. Mas hoje também existe a nova São Luiz situada na orla do Oceano Atlântico com a extensa Avenida Litorânea que comunica várias praias. Todas elas jovens e muito modernas. Umas mostram-se claramente em construção. 

    O escoamento das riquezas de Carajás sai toda pelo porto de São Luiz. Aliás foi Carajás que incentivou também o progresso e participou da construção desta nova orla. A vida noturna é muito agitada. Há também restaurantes muito bons. É uma terra em desenvolvimento. Um crescimento vindouro é esperado por lá. Entre lendas e crenças São Luiz tem um jeito único de ser. Povo muito agradável e hospitaleiro.

    Mas, passados os meus breves momentos nesta capital, nos dirigimos a Barreirinhas. Fomos de Van, mas poderíamos perfeitamente ir de carro. A estrada é toda asfaltada e está em boas condições. São, aproximadamente, 3,5 horas de viagem para chegarmos. Barreirinhas é uma cidade do interior do Maranhão com 54 mil pessoas. Segundo os nativos ela é muito extensa e, se somarmos todos as localidades próximas, pode chegar em torno de 68 mil (IBGE 2019 mostra 64 mil). Foi emancipada em 1938.Conhecida por "Deserto Brasileiro", nela conhecemos os Lençóis Maranhenses. Possui uma extensa área de desertos com centenas de lagoas formadas por água da chuva, e que por repousarem sobre a areia, são cristalinas e refletem a cor do céu azul. Possui um rio caudaloso chamado de "Preguiças" que banha toda esta região e desagua no Oceano Atlântico.

    Nestas imediações, na beira do Atlântico, foi construído o imenso complexo Eólico Delta III, que colabora com 13 % de toda energia gasta no Estado. Para os turistas, é um verdadeiro shopping de aventuras pelo deserto. São muitos passeios a disposição, mas o do circuito das Lagoas e o passeio de quadriciclos 4x4 não podem faltar. Há também vasta extração de petróleo de grande profundidade na região. Fui lá e gostei! Recomendo aos leitores que viagem pelo Brasil e conheçam as belezas do nosso país. Grande abraço a todos.


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