Pelo menos, 7 municípios da Região Central aguardam por asfalto

Pâmela Rubin Matge

Pelo menos, 7 municípios da Região Central aguardam por asfalto
Após décadas de espera, maquinário prepara o terreno na VRS-805 para receber o pavimento asfáltico. Foto: Nathália Schneider (Diário)

Entre vias imprescindíveis para o escoamento da safra no Rio Grande do Sul à viabilidade de acesso à saúde e educação de seus munícipes, o cenário de pelo menos sete cidades da Região Central atravessadas por estradas de chão batido  amargam longas esperas pelo asfaltamento. Algumas cruzam décadas de promessas ou paralisações. Outras, no entanto, já celebram a presença de máquinas na pista ou trechos adiantados. Mas ter na totalidade um trecho asfáltico que proporcionará o desenvolvimento social e econômico dos municípios não é realidade.  Ivorá, Jari, Pinhal Grande, Quevedos, São João do Polêsine, São Martinho da Serra e Ivorá aguardam melhorias para o deslocamento de pessoas, bens e cargas e quanto aos impactos dos custos logísticos.

– Esses municípios que não possuem acesso pavimentado com asfalto que permitem a continuidade e a previsibilidade destas ligações, ao meu ver, sofrem de um entrave ao desenvolvimento municipal em todos os aspectos. Os impactos diretos de uma estrada de chão batido, são ampliados além das questões  econômicas, quando pensamos que podem afetar as pessoas de todas as maneiras, por viagens ou urgências de saúde, de tratamento médico por interrupção da trafegabilidade devido às questões climáticas e de manutenção das vias. Aumento do tempo de viagem, da qualidade e conforto das pessoas e do transporte de cargas, especialmente de sua própria produção, com eficiência e segurança – observa Carlos Félix, professor do Departamento ,de Transportes do Centro de Tecnologia (CT) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Do ponto de vista econômico, segundo estimativas da Federação das Empresas de Logística e de Transportes de Cargas do RS (Fetransul), o aumento do custo do transporte pode chegar a 25% ou mais, quando a rodovia não é asfaltada, por problemas de manutenção dos veículos e aumento do consumo de combustíveis.

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Veja a situação de cada estrada

Ivorá – ERS-348

São 18 km de Ivorá ao acesso de Faxinal do Soturno. Segundo o Daer, o trecho está em obras e não foram informados prazos.

– O trecho que chamamos de “Cerro” – de Ivorá até o distrito de Val de Serra, teve um avanço muito bom, porém diminuiu muito o ritmo. Está sendo colocado brita para fazer a base e preparar a parte pluvial, mas é um trabalho que está quase parado. Já o trecho até Faxinal, é uma obra que está lenta e temos, lá, caçamba e patrolas tirando entulhos do caminho. Mantemos o otimismo, mas estamos um pouco frustrados e em dúvida: a obra segue ou pára? – questiona o prefeito do município Saulo Piccinin.

Jari – VRS -805

São 24 km até Toropi. Conforme o Daer, a ordem de serviço foi emitida e foram liberados R$ 8 milhões para 2022, mas a obra custará R$ 27,7 mi. Não foram informados prazos. Na última semana, homens operavam máquinas na estrada.

– Chegou a começar (o serviço) há 24 anos, mas parou. Agora, esperamos de novo. Há máquinas na estrada. Aqui não se consegue médicos por conta da estrada de chão, nosso comércio é muito prejudicado, pois as firmas grandes não vêm e é tudo mais difícil – desabafa o prefeito Nei Azeredo.

Pinhal Grande – ERS -149

São 32 km de Nova Palma para Pinhal Grande, sendo a maioria com asfalto, porém há peculiaridades. Quem segue viagem por lá, começa o tráfego pela estrada de chão, cerca de 3,5 km, no entorno de um cerro com curvas acentuadas e vários buracos pelo caminho. Por muitas décadas, o argumento dos governos era que, por questões ambientais e por ser uma Área de Preservação Permanente (APP) não era possível asfaltar. Percorrendo o trecho, chega-se ao asfalto, encontra mais trecho de chão, cerca de 1,5 km, e novamente encontra pavimentação. A obra para o asfaltamento total está em licitação e pode sair ainda neste em 2022, segundo o Daer.

Quevedos -ERS-524

São 29 km de chão até Toropi. Segundo a prefeita Neusa Nickel, a dificuldade  maior é o material para manter a estrada, que é custeado pelo próprio município. Segundo o Daer, o projeto está em fase de atualização e não foram informados prazos.

– Realizamos várias visitas no Daer e na Secretaria Estadual de Obras para saber quando começa. Municípios pertinho de nós, como Jari e São Martinho  da Serra, já tiveram projetos autorizados. Esperamos apoio tanto do governo estadual quanto federal, mas queremos asfalto – enfatiza a prefeita.

São João do Polêsine -ERS -348 e VRS-823

São 24 km.  São João do Polêsine a Ivorá (21 km), e mais um acesso a Faxinal do Soturno (3 km). Daer não informou prazo para conclusão das obras que estão sendo executadas nos dois locais.

– A  VRS-823 que chega até o distrito de Vale Vêneto (principal acesso à rota turística) teve licitação para 3 km, mas ainda existem outros 3km que dependem de edital. Já a ERS -348 tem contrato, mas está em andamento. Estamos sempre no aguardo da conclusão – informa o prefeito do município e  presidente da Associação dos Municípios da Região Central do Estado (AM Centro), Matione Sonego.

São Martinho da Serra – ERS-516

São 17, 2 km de chão batido até Santa Maria. Cerca de 10 quilômetros já estão em obras. No entanto, nenhum trecho recebeu pavimentação asfáltica, e não foram informados prazos pelo Daer. A reivindicação da comunidade passa de cinco décadas. Em 1998, o trecho teve asfaltamento prometido pela primeira vez. Em 2010, entrou para plano de asfaltamento de 25 estradas e acessos a municípios gaúchos

Tupanciretã

42 km de chão. Até o fim de julho, estavam concluídos cerca de 10 quilômetros de terraplenagem e cerca de 8 quilômetros de base. A via é um dos principais caminhos para o escoamento da safra, principalmente da soja, que dá ao município o título de maior produtor da cultura em todo Estado. O trecho segue em obras e não foram informados prazos pelo Daer.

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