greve dos professores, que completará dois meses neste domingo, tem colocado pais de estudantes e professores em lados opostos no Estado. As diferenças de opiniões são ainda mais acirradas em cidades menores, como Santa Martinho da Serra. Na manhã desta terça-feira, um grupo de pais resolveu fazer uma manifestação em frente à única escola estadual do município para pedir o retorno das aulas.

Por volta das 8h30min, o pequeno grupo de pais se reuniu no portão de entrada da Escola Estadual Lélia Ribeiro, que tem mais de 400 alunos nos ensinos Fundamental e Médio. Eles portavam cartazes em que pediam a volta das atividades na instituição de ensino. A preocupação deles é com a recuperação das aulas e, principalmente, com o transporte escolar.
Conforme Emanuel Flores, um dos pais que estão à frente dos protestos, o transporte administrado pela prefeitura de São Martinho só vai até 20 de dezembro, quando se encerram as aulas da rede municipal. Depois disso, muitos estudantes da rede estadual que dependem dos veículos da prefeitura para se deslocar até a escola estadual correrão o risco de ficar sem o serviço.
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Flores deverá encaminhar um abaixo-assinado ao Ministério Público (MP) para pedir a intervenção no impasse. Os pais alegam que os estudantes, principalmente as crianças, têm o direito de estar em sala de aula, e isso não está sendo respeitado pelos professores que estão paralisados.
– A greve é legal, mas o direito da criança se sobrepõe à greve – afirma Flores.
A situação é ainda mais grave para os estudantes que moram na zona rural, distante do centro da cidade, onde se situa a escola Lélia Ribeiro. Ao longo da manhã de ontem, os pais se reuniram com a direção do colégio e professores, mas não houve definição sobre o retorno às aulas.
O prefeito de São Martinho da Serra, Gilson Almeida (PP), apoia a manifestação dos pais de alunos. Na manhã desta quarta-feira, ele e alguns pais irão se reunir na 8ª Coordenadoria Regional de Educação (8ª CRE), em Santa Maria, para tratar do transporte. Almeida afirma que o Estado precisará arcar com os custos do serviço depois de 20 de dezembro. Além disso, ele ressalta que janeiro é o mês de férias dos motoristas da prefeitura, e a prorrogação do serviço obrigará o município a suspendê-las.
– Por isso queremos o recomeço urgente das aulas – justifica o prefeito.
SEM PREVISÃO DE RETORNO
Por enquanto, o impasse está longe de ter uma solução. Um dos coordenadores do 2º Núcleo do Cpers/Sindicato, Rafael Torres afirma que o retorno das aulas da rede estadual dependerá de o governador José Ivo Sartori (PMDB) apresentar uma proposta que agrade aos professores. Entre eles, está o fim do parcelamento dos salários.
– Enquanto Sartori não sinalizar com algo que atenda minimamente nossa pauta, será impossível voltar – diz.
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Nesta terça-feira, o governo apresentou uma proposta, que foi rejeitada pelo Cpers. Na próxima segunda-feira, a entidade pretende apresentar sua contraproposta ao Estado.