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OPINIÃO: Vai que é tua...

Marta Tocchetto

A bola rola. O chute certeiro faz ecoar o grito de gol. A goleira não tem medidas oficiais. O campo também não é um gramado impecável. São vasos do pátio da casa da avó. Assim cresceram meus três meninos. Em tempos de Comandos em Ação,  castelo de Grayskull, He-Man, Thundercats e muitos super-heróis, a bola nunca perdeu o espaço. Muitas vezes, os super-heróis viravam jogadores, e a bolita, bola. O início de tudo se deu em uma partida de futebol dos Jogos dos Bixos, em 1976. Acompanhava meus novos colegas que pediram para um amigo ficar comigo até voltarem. 

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Não houve troca de uma palavra sequer. No máximo um rabo de olho. Terminada a partida, cada um foi para o seu lado. Nem tanto assim, três anos depois, o casamento. A história iniciada em um campo de várzea sempre teve o futebol como cenário. As crianças  aprenderam a caminhar, acompanhando o rolar da bola. Três era quase um time de futsal, ainda mais que o pai os acompanhava como maestro na regência. Cresceram em meio aos campeonatos da cidade. Jogar na quadra do Corintians no intervalo, era como estar no caldeirão de um grande estádio. 

Trocar a bola de meias usada no apartamento por uma de verdade, era a melhor coisa do mundo. O futebol era o assunto do dia, do outro e do outro. Nem as meninas da casa ficaram de fora. Aprendemos a gostar e a palpitar também. Conquistamos vez e voz. O tempo passou e o vestibular chegou. Apenas um dos filhos foi para a área da educação física. As escolhas profissionais são momentos difíceis para os pais, pois podem interferir com limites respeitando a escolha dos filhos.

Difícil aos 16 anos fazer a escolha acertada para a vida toda. A orientação é necessária e fundamental. No dia da inscrição, lembro nitidamente do que eu disse: “Fazer educação física não é só jogar futebol”. Não foram tempos fáceis, pois a formação esportiva, bem como outras áreas, exige estudo, conhecimento e qualificação. É bem mais do que correr atrás da bola e gritar  gol. É ciência. Meu jogador favorito se tornou educador físico. No coração de mãe há um espaço especial para cada filho, no qual ele é o favorito. 

Tenho quatro filhos favoritos. O gurizinho franzino que vibrava com os gols na goleira de vasos levou a vivência nas quadras e o DNA para o exercício profissional. A vivência é essencial para a aplicabilidade do conhecimento. Hoje se impõe um grande desafio. Um desafio que encontra na história pessoal, o alicerce sólido. É lógico que entramos para ganhar, mas enfrentar desafios é também uma grande vitória. Vai que é tua, Guilherme Tocchetto, nosso Guille! 

O desafio de auxiliar técnico do Internacional de Santa Maria é dividido com a família e conta também com a torcida de uma proposta de trabalho que leve o nosso Coloradinho para o lugar que merece, sobretudo quando valoriza profissionais formados em nossas universidades. #2018naotempraninguem #somostodoscoloradinho #somostodosguille


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