Artigo

OPINIÃO: Saúde do homem

Martha Souza

A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem foi criada pelo SUS em 2009, com o objetivo de melhorar a qualidade da saúde da população masculina. Diversas campanhas ocorrem visando orientar e sensibilizar os homens quanto às medidas disponíveis para detecção precoce do câncer de próstata. O chamado “Novembro Azul”  intensifica o alerta para realização de exames para prevenção, detecção precoce e tratamento adequado.

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As diferenças do processo saúde doença entre o feminino e o masculino são amplamente divulgadas: os homens morrem mais cedo, principalmente por causas externas (acidentes e violências), são mais suscetíveis às doenças cardiovasculares (possivelmente pelos comportamentos de risco mais frequentes), procuram menos os serviços de saúde (por limitação de tempo) e, principalmente, pela falsa autopercepção da sua infalibilidade física e mental.

Pesquisa realizada pela Fiocruz e pelo Ministério da Saúde sobre a saúde dos homens no Brasil demonstrou que, comparativamente às mulheres, têm mais excesso de peso, baixo consumo de frutas, de legumes e de verduras, alto consumo abusivo de bebidas alcoólicas e tabagismo. Essas situações podem estar se refletindo numa maior mortalidade por doenças do aparelho circulatório, principalmente entre os mais velhos, e também por causas externas, predominantemente entre os mais jovens.

O que alguns estudos apontam é que os homens preferem utilizar farmácias ou prontos-socorros, espaços esses que responderiam mais objetivamente às suas demandas. Nesses lugares, os homens seriam atendidos mais rapidamente e conseguiriam expor seus problemas com mais facilidade.

No entanto, os dados epidemiológicos sugerem que os homens precisam procurar mais os serviços de saúde. Parece repetitivo, mas é importante salientar: prevenção ainda é o melhor caminho. 

Outro fator preocupante, que afeta a saúde dos homens, é a relação existente entre violência e a formação da identidade masculina. Todos os dias os noticiários apontam o acréscimo do número de casos de mortes violentas nas quais o agressor é, geralmente, do sexo masculino. Nesse sentido, podemos pensar em também ampliar as orientações sobre respeito, igualdade, amor, cuidado, entre outras. Em quais espaços? Na família, escola, comunidade, ou seja, em todos os ambientes. Sim, começa em casa. Nas coisas mais simples: homem pode chorar, lavar a louça, arrumar a cama, falar baixo, sentar direito e brincar, educadamente, com as meninas. A violência não afeta apenas a saúde dos homens. Afeta a sociedade inteira.


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