Artigo

OPINIÃO: Aprender a ser pai

Carmen Andrade

A paternidade não tem manual de instrução. O homem aprende por ensaio e erro, desempenhando,reprisando (ou não) o vivido com seu pai. Ser pai é um desafio reservado aos homens atuais, pois a paternidade é uma via de se descobrir, ressignificar, doar, amar, complementar e exercitar a fraternidade. Isso lhe torna possível ver com outros olhos, sentir, atender, servir...

É a chamada paternidade social – o homem pode exercê-la mesmo sem ter filho biológico, uma vez que a paternidade está na maneira de desempenhar-se, desde o rigor da justiça até o gesto de carinho e ternura. O pai vai sendo pai nas diversas modalidades de conduta, em que a masculinidade vai se expressando na forma de pensar, de fazer, de sentir na perspectiva masculina.

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Enfatizo que há distância entre gerar filho e ser pai, e ela pode ser significativa, já que quase todos podem gerar filhos, mas poucos têm condição de construir, assumir e vivenciar a paternidade. Se realmente amamos os filhos e queremos um mundo agradável, compete também aos pais ajudarem nessa obra. Aos homens que estão aprendendo a ser pais, cabe certo consenso, e, aí, poderão passar da visão biológica individualista para a social.

A dimensão social da paternidade dá aos homens-pais a vontade política, que concretiza o desafio. Vontade política na ótica grega de governo da casa. A casa onde a família vive e convive, toma decisão coletiva, cuida, protege, e ama, onde o exercício da autoridade tem sentido estando a serviço da alteridade, sem autoritarismo. Hoje, muitas vezes, a autoridade paterna é questionada,substituída e postergada pelo abstencionismo masculino que temos.

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A vontade política, o pôr-se a serviço, se concretiza na ação do pai, quando a coerência e a competência são para todos, e o pai faz sua função social como pai dos filhos em sua casa. E, no exercício dessas atividades, continuará a vivenciar sua cidadania, como pai que estimula no filho responsabilidade, fraternidade, amor, caridade, generosidade e trabalho por um mundo melhor.

Sabemos muito da necessidade do filho quanto ao pai, mas pouco da necessidade do homem em relação à paternidade. Será ela determinante à sua maturidade? Não afirmamos que as coisas vão mal por culpa dos homens que não assumem a paternidade, mas dizemos que o filho terá mais qualidade se tiver o pai que o assuma e oriente, numa relação de amor, confiança, partilha e reciprocidade, na qual um aprende a ser pai, e o outro, a ser filho. Se, de um lado, os pais precisam aprender a ser pais, pelo outro, os jovens em todo mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), desejam formar uma família feliz, no sentido de trabalhar, casar e ter filho. 

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Emerge aí a necessidade de, no coletivo, encontrarmos modalidade e espaço de informação e formação, se não dos que já são pais, então dos que o serão.

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