Obra da Central de UTIs no Husm está parada

A construção da Central de UTIs do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) está parada. Nos bastidores, funcionários comentam que o motivo seria a falta de repasse de verbas por parte do governo federal. A administração do hospital garante que o pagamento para a construtora está em dia. Conforme o gerente administrativo do Husm, João Batista Vasconcellos, a paralisação, que começou na semana passada, é por causa de readequações indicadas pelo Ministério Público do Trabalho.

— A interrupção foi na semana passada, depois que a empresa teve uma autuação por parte do Ministério do Trabalho e parou para fazer as readequações. São alguns quesitos que não estavam sendo atendidos, como a questão dos alojamentos — explica Vasconcellos.

As obras já respingavam na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), pois o PS do Husm só recebe pacientes encaminhados por outros hospitais e prefeituras. Com isso, a UPA passou a ficar mais tempo com os pacientes internados. Segundo o administrador da UPA, Rogério Carvalho, a média de tempo de internação de pacientes à espera de leitos em hospitais de média complexidade é de quatro a cinco dias. Mas, quando se tratam de pacientes de alta complexidade, que normalmente ficariam à espera de leitos no PS do Husm, esse tempo sobe para cerca de 20 dias. Casos como esses aconteceram nos meses de abril e maio, segundo a administração da UPA.

A falta de recursos na saúde não atinge só Husm e UPA. Os cortes e atrasos também por parte do governo estadual já atingiam em cheio a área da saúde. Na região, alguns hospitais filantrópicos já cortaram serviços e atrasaram salários de funcionários. Em Santa Maria, o Estado acumula dívidas milionárias com os hospitais Casa de Saúde e Alcides Brum.

Para Carvalho, toda essa demanda, que antes era atendida na região, virá para Santa Maria, o que deve agravar ainda mais a situação na UPA.

*Colaboraram Lizie Antonello e Gabriela Perufo