O voto e a verdade que nos interessa

Deni Zolin

O voto e a verdade que nos interessa

Será que muitos de nós, brasileiros, não iremos votar no domingo mais baseados em emoções do que em razões? As possíveis razões que construímos na nossa cabeça serão só para justificar o que sentimos. Afinal, o que faz gostarmos ou não de um candidato? Muitas vezes, justificamos para nós mesmos nosso voto dizendo que candidato defende algo, quando na prática, ele faz o contrário. E isso vale aos quatro concorrentes, a presidente e a governador. Por isso, na propaganda política e nos debates proliferam as acusações mútuas: “Mentira”, “Mentiroso”. Até porque, muitas vezes, ambos falam mentiras mesmo ou, ao menos, são contraditórios. Em outras situações, ambos estão corretos, apesar das discordâncias. Até porque a vida é bem mais complexa do que uma simples briga de bom e mau.

Quem diz a verdade?

Mas afinal, quem fala a verdade? E quem, de nós, consegue realmente saber o que é a verdade baseada nos fatos? Ou nós escolhemos “a nossa verdade” mais pelas emoções e construímos a historinha lógica na nossa cabeça para justificar por que fulano é “melhor”, como fazemos na escolha de Grêmio e Inter? Num Gre-Nal, só de olhar a cor do time oposto, já nos gera repulsa e tira a razão.

Uma frase que vi na sexta-feira ajuda a explicar isso: “O verdadeiro problema da humanidade é o seguinte: temos emoções paleolíticas, instituições medievais e tecnologias divinas. E isso é terrivelmente perigoso.” (Edward O. Wilson). É mais ou menos como eu costumava dizer: em 60% a 70% do dia, somos animais, pois ao dormir, comer, fazer as necessidades básicas e ações automáticas, como dirigir e trabalhar, agimos no piloto automático, em que nosso lado animal aflora. A razão assume o controle em certos momentos no dia, mas muitas vezes influenciada por nossos sentimentos e emoções arcaicos. Repetimos comportamentos subconscientes, que talvez tenhamos aprendido lá na infância. Lembra da música “Como nossos pais”? Temos traços daquilo que aprendemos com eles: os princípios, os costumes.

E tudo isso tem a ver com nossas decisões racionais e escolhas políticas, como decidir em quem votar neste domingo.

Voto na emoção

Não está errado quem tem total convicção em escolher “o melhor” ou “o menos pior” e estar decidido em votar naquele candidato. Porém, o problema é que, com a radicalização, beiramos o precipício de virarmos cegos, com uma cegueira política perigosa, seja de que lado for. Por isso, analisar o bom e o ruim de todos os lados, colocando isso num papel, talvez ajude a gente a racionar um pouco mais e a não agirmos no piloto automático do animal que temos dentro de nós. Há, sim, um melhor ou menos pior – a julgar, pela sua consciência. Reflita e tenha um bom voto domingo!

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