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O que vovôs e vovós sonham em fazer após a imunização contra a Covid-19

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style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Pedro Piegas (Diário)
Fernanda Terezinha Lorenci, 87 anos, é moradora do Distrito de Santa Flora e recebeu a vacina na última quinta

A pandemia do coronavírus fez com que planos fossem adiados sem data, principalmente para aquelas pessoas que integram o grupo de risco, como os idosos. Mesmo sem saber quando a rotina poderá voltar ao mais próximo de um antigo normal, o começo da vacinação contra a Covid-19 em idosos com 85 anos ou mais em Santa Maria traz, além da imunização contra o vírus, a esperança em dias melhores.

O Diário conversou com vovôs e vovós que receberam a primeira dose da vacina nos últimos dias para descobrir quais são seus maiores sonhos assim que começar a diminuir a circulação do vírus. Em unanimidade, o maior desejo é viajar, principalmente para reencontrar amigos e familiares.

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Renan Mattos (Diário)
Emília Kantorski, 85 anos, foi até a Praça Saldanha Marinho se vacinar, na última sexta

Esse é o caso da Emília Kantorski, 85 anos, vacinada na Praça Saldanha Marinho na última sexta. Há um ano, ela não vê a filha Délvia, que mora em São Paulo:

- A primeira coisa que eu quero fazer é viajar, ver minha filha em São Paulo, porque ela não pode vir e eu não posso ir. A gente sente saudade, mas tudo isso passa - conta a idosa, que se emocionou ao lembrar do tempo e da distância da família.

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Anselmo Cunha (Diário)
Wilson Vieira, 85 anos, se vacinou dentro do carro no Parque da Medianeira

O militar reformado Wilson Vieira, 85 anos, foi dirigindo até o Parque da Medianeira para tomar a primeira dose na última sexta. Seu desejo é "aproveitar" assim que imunizado:

- Eu estava resguardado, por ser de grupo de risco. Meu verão está praticamente perdido, mas depois da segunda dose eu vou aproveitar um pouco, tenho parentes em outras cidades que quero ver - fala Vieira.

A aposentada Fernanda Terezinha Lorenci, 87 anos, é moradora do Distrito de Santa Flora, interior do município, e tomou a primeira dose da vacina na última quinta-feira. Apesar de estar um pouco receosa, o desejo de estar protegida e poder visitar as irmãs, que não vê há quase um ano, falou mais alto.

- Eu vou continuar me cuidando, com certeza. Eu quase não tenho saído de casa, nem para visitar os parentes. Agora, vacinada, vou sair um pouquinho. Tenho uma irmã na cidade de Santa Maria e outra em Porto Alegre. Eu moro sozinha desde que fiquei viúva. A gente acaba se acostumando, mas às vezes bate a solidão. Então, a primeira coisa que quero fazer é encontrar as minhas irmãs - afirma a idosa, depois de tomar a vacina que parecia uma "picadinha de mosquito".

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Pedro Piegas (Diário)
José dos Santos Tonetto, 89 anos foi acompanhado da esposa Maria, 84 anos. Ele já se vacinou e ela ainda aguarda uma dose

José dos Santos Tonetto, 89 anos, tem um desejo semelhante ao de Fernanda. Ele também mora em Santa Flora e quer visitar os filhos com mais frequência a partir de agora.

- Eu tinha tanto medo de morrer, que nem na cidade eu ia. Tenho dois filhos na cidade, agora espero visitar mais eles. Ultimamente eles que vinham me visitar, com todos os cuidados - comenta Tonetto.

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Victoria Debortoli (Diário)
Odir da Silva Rosa, 85 anos, sabe que não deve se descuidar mesmo depois de vacinado

CAUTELA
O aposentado Odir da Silva Rosa (Didi), 85 anos, também compartilha do desejo de viajar, mas lembra que é preciso cautela:

- Eu quero viajar, mas precisa esperar. Minha família se cuida muito, meu filho que mora em Porto Alegre todos os dias telefona para saber se estamos obedecendo, saindo só quando o necessário. No futuro, talvez não precisemos mais usar a máscara, mas ainda é preciso ter cuidado - ressalta Rosa.

O virologista e professor de Saúde Pública e Epidemiologia no curso de Medicina Veterinária da UFSM, Eduardo Furtado Flores, explica que a vacina não tem um efeito imediato, e que uma pessoa pode ser considerada imunizada após cerca de 15 a 20 dias após a segunda dose. Além disso, nenhuma das vacinas disponíveis no Estado - a Coronavac e a Covieshield - tem 100% de eficácia contra casos leves, e sim contra quadros graves e óbitos. Isso significa que mesmo que uma pessoa esteja vacinada, ainda há o risco de se infectar e transmitir a Covid-19, por isso ainda é preciso continuar usando máscara e evitando aglomerações.

*Colaboraram Janaína Wille e Felipe Backes

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