O desafio de reduzir abstenção e aumentar número de votos válidos

Claudemir Pereira

O desafio de reduzir abstenção e aumentar número de votos válidos

Foto: Reprodução

Há duas maneiras de ampliar o número de votos válidos que, em Santa Maria, no último pleito geral, em 2018, foram 149.064 – para um total de 206 mil eleitores. Uma é os partidos trabalharem para convencer o eleitorado de possuírem candidatos suficientemente bons, e que inibiriam o voto nulo ou branco. A outra é reduzir a abstenção. Há um contingente expressivo, bem maior que os eleitores branqueadores ou anuladores de sufrágios, e que simplesmente não comparece às urnas.

Curiosamente, parece ser esse o grupo talvez mais facilmente impressionável e que pode ser convencido. Se anular ou votar em branco significa uma intenção de se manifestar, não comparecer é mais grave, pois sinaliza, na maioria dos casos, o mais singelo desinteresse pelo processo. E ele vem, sobretudo, dos eleitores acima dos 70 anos. Não obstante o número cada vez mais expressivo, é desobrigado do voto. E precisa, sim, ser convencido da importância de comparecer às urnas.

Aos partidos e candidatos essa ausência pode ser trágica, pois implicará em menos votos disponíveis e que tendem a fazer falta, sobretudo no caso das postulações proporcionais, o objeto principal desse raciocínio, do ponto de vista santa-mariense. Para se ter uma ideia do tamanho do problema, basta acompanhar o histórico recente, pesquisado pela coluna no site do Tribunal Regional Eleitoral. Sem entrar nos números, fica-se, para simplificar, no percentual sobre o total de eleitores.

Tome-se o Rio Grande do Sul como um todo (e neste e em todos os casos enumerados apenas levando em consideração o turno inicial) e se tem uma abstenção (desistência?) crescente do eleitorado. Em 2020, por exemplo, em que se feriram os pleitos municipais, o Estado inteiro apresentou abstenção de 23,7%. Isto é, quase um de cada quatro eleitores sequer chegou perto de uma urna. Oito anos antes, em 2016 veja só, também na eleição para prefeito e vereador, o índice foi sensivelmente menor, 15,48%. Não na mesma proporção, mas não longe, o mesmo fenômeno ocorreu nos pleitos gerais, para Presidente da República inclusive. Há quatro anos, em 2018, 18,14% dos eleitores gaúchos não votaram. No pleito nacional anterior, 2014, a abstenção atingiu 16,79% do eleitorado gaúcho.

E em Santa Maria, foco da atenção maior da coluna, qual o histórico? Acredite: consegue ser pior que o estadual. No pleito municipal, em 2020, de 204.282 eleitores inscritos, nada menos que 58.876 simplesmente mandaram às favas a eleição, não importa seus motivos. Isso significa quase inacreditáveis 28,82%.

Esse percentual é bem maior que os 20,66% ausentes de 2018 (eleição geral), 20,89% de 2016 (outra vez municipal) e os, nessa altura, extraordinários 18.79% de 2014 (pleito nacional). Os números, pelo menos esses, não mentem. E embutem grande desafio. Afinal, 5% a mais de eleitores presentes significam 10 mil votos. Que podem ser decisivos na hora, apenas para exemplificar, de eleger um deputado estadual. Então…

Visita de Simone Tebet tem uma única cara, a do MDB

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Tirante o encontro protocolar marcado com o reitor da UFSM, Luciano Schuch, perto das 5 da tarde, no campus de Camobi, e a visita da candidata a Presidente da República Simone Tebet, na segunda-feira tem uma programação nada ecumênica. Aliás, se trata de agenda exclusivamente emedebista.

Ok, ok, ok. Imagina-se que, embora aliados cá no Rio Grande e lá no mundão brasileiro, apenas com o sinal trocado (aqui comando tucano, lá do MDB), os compromissos de campanha podem ser divididos. Mas não há como não chamar a atenção o fato de toda a agenda local, desde a saída do aeroporto, passagem pela UFSM, carreata com direito a trio elétrico e caminhada no centro da cidade, não tenha espaço oficial para nada além do MDB.

Alguém dirá que é intriga claudemiriana. Bueno, até mesmo no “card” com a programação oficial da visita, só aparece o nome da vice Mara Gabrilli, que é do PSDB, e mais nada. Ah, em Santa Maria também estará o candidato a vice-governador gaúcho, Gabriel Souza. Do MDB. Então, está combinado: os tucanos até podem e imagina-se que deverão comparecer aos eventos programados, mas que ninguém duvide: pelo menos por aqui o protagonismo será emedebista. Até que se apresentem as tais evidências em contrário.

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A visita de Onyx e quem mais pode (ou não) aparecer por aqui

A visita

Segundo colocado nas pesquisas disponíveis, mas em excelentes condições para chegar ao turno final da disputa pelo Palácio Piratini, o candidato do PL, Onyx Lorenzoni, aparentemente atingiu o objetivo, na vinda a Santa Maria quarta-feira. Ex-ministro do Presidente Jair Bolsonaro e afirmando ser o favorito dele no Estado, o deputado federal junta suas forças no coração do Rio Grande para um segundo turno, se confirmado, que será pra lá de difícil. Enfim, o primeiro passo para alargar apoios é justamente fortalecer o próprio time. E isso, aparentemente, Onyx garantiu. Pelo menos em Santa Maria.

Quem mais?

Todos os principais candidatos Piratini estiveram por aqui, na campanha. Aparentemente, quem veio, veio. E se aparecer mais alguém até o próximo domingo será de sopetão. Já entre os disputantes ao Planalto, afora Vera Lúcia (PSTU) e Luiz Felipe D’Avila (Novo), que vieram, e Simone Tebet (MDB), que virá, ninguém mais. Por enquanto.

Enfeites

Candidata à Câmara dos Deputados pelo Podemos, Ana Neri Knup anunciou sua desistência, há alguns dias. E deixou claro o motivo: vai fortalecer a campanha de outro candidato, um dos forasteiros que busca voto por aqui. Atitude correta da militante, bem diferente de outros, como os números mostrarão, que estão de enfeite na disputa, apenas fazendo número. Mas, enfim, mais vale um gosto…

Esforço

O resultado não se sabe. Isso as urnas decidirão. Mas é notável o esforço feito por militantes graúdos locais. E a mostra de unidade interna de alguns partidos, especialmente os que não têm nome daqui nos parlamentos estadual e federal. Um dos beneficiários deste denodo, ninguém duvida, pode ser o tucano Admar Pozzobom. Outro, em menor escala, mas não menos importante, é Evando Behr, do PP.

Reta final

Nessa altura do campeonato eleitoral, certamente parte dos candidatos proporcionais de Santa Maria já percebeu que está fora da disputa. Pelo menos da deste ano. Já outros imaginam ser possível um “sprint” que garanta os votos necessários para se por em condições de disputar. O espírito de uns e outros será perceptível ao cidadão comum. Basta sair às ruas, que agora estarão cheias, literalmente.

Noves fora

Até em respeito ao esforço de todos, que lutam para se distinguir, o repórter não nomina. Mas parece evidente que, para além da vistosa aparência nas ruas, as chances da maioria são escassas. Ao ponto da coluna imaginar que, noves fora os já deputados, há não mais que meia dúzia de outros em condições de sonhar. Desde que não vire delírio, não dá para desistir. É o recado, na finaleira da campanha.

Para fechar!

Com a provável exceção do próprio e de sua família, raros acreditavam na possibilidade de eleição, em 2018, do jovem advogado Giuseppe Riesgo, do Novo, para a Assembleia Legislativa. Hoje, obviamente, ele não é mais surpresa. A questão é outra, quatro anos após: haverá mais algum “Riesgo” santa-mariense? A torcida do colunista é que sim. Mas provável não é. Ou o raio cairá pela segunda vez no mesmo lugar?

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