Nova tarifa na RSC-287: em vigor desde quinta-feira, motoristas avaliam aumento no valor do pedágio

Deni Zolin e Thais Immig

Indignação, expectativa de melhora na rodovia e indiferença em relação ao “aumentinho”. Essas foram algumas reações de motoristas quando questionados sobre o aumento no valor do pedágio na RSC-287. A nova tarifa, de R$ 5, entrou em vigor na última quinta-feira (10) e representa um acréscimo de 16% em relação ao valor anterior, de R$ 4,30.


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O reajuste vale para todas as categorias de veículos e foi aplicado em todas as cinco praças de pedágio administradas pela Rota de Santa Maria. São elas: Taquari (Km 47), Venâncio Aires (Km 86), Candelária (Km 131), Paraíso do Sul (Km 168) e Santa Maria (Km 220). Assim, quem passa pelos pedágios do trecho, já encontra tarifas mais caras. Desde quinta, motos pagam R$ 2,50, automóveis simples e caminhonetes, R$ 5, e veículos maiores, R$ 5 por eixo, chegando a R$ 30 para carretas de seis eixos.

Placas com os novos valores da tarifa já foram colocadas na rodoviaFoto: Beto Albert (Diário)


Decisão pelo aumento

Na audiência pública online, realizada na terça passada pela agência de fiscalização Agergs, para aprovar os novos valores, só os conselheiros e um advogado da Rota de Santa Maria se pronunciaram. O representante da concessionária elogiou a postura da Agergs de analisar e aprovar os pedidos de reequilíbrio de contrato este ano, que geraram uma espécie de “indenização” de R$ 65 milhões à Rota. Os dois maiores valores foram de R$ 43,8 milhões para compensar obras mal feitas pela estatal EGR entre dezembro de 2020, quando houve o leilão da concessão, e agosto de 2021, quando a Rota assumiu os 204 km da RSC-287. Tanto o Estado quanto a Agergs reconheceram que a EGR errou, mas não cobraram a estatal. Decidiram repassar essa conta à tarifa paga pelos usuários do pedágio agora, impactando em R$ 0,40 a mais só para “pagar” esses R$ 43,8 milhões à Rota.

A outra “indenização” aprovada pelo Estado e pela agência é de R$ 20 milhões para compensar alta extraordinária de preços de insumos rodoviários, como asfalto, ferro e concreto, por conta da pandemia de Covid-19 e da Guerra da Ucrânia. Só isso provocou uma alta de R$ 0,20 no pedágio agora. Com os outros reequilíbrios de valores menores e a inflação, a tarifa subiu de R$ 4,30 para R$ 4,97, sendo arredondada para R$ 5 pela Agergs.

Questionado pelo Diário se a indenização de R$ 43 milhões à Rota não deveria ser paga pela EGR, pois foi ela que realizou obras mal feitas na RSC-287, o governo do Estado respondeu por meio de nota: “A Secretaria da Reconstrução Gaúcha informa que as concessões são realizadas para qualificar os serviços das rodovias que, em muitos casos, não são considerados satisfatórios pelos usuários das estradas geridas estritamente pelo poder público. Esse fato é corroborado pela tradicional pesquisa CNT, que aponta que as melhores rodovias do país são as pedagiadas. Sobre a questão apontada pelo Diário, a avaliação da gestão foi de utilizar as verbas do Tesouro para obras em outras rodovias. Cabe ressaltar que, somente em 2023, foram investidos R$ 800 milhões, pelo governo do RS em estradas estaduais.”


O que dizem os motoristas

Adilson Vieira, 56 anos, servidor público:

”Acho um absurdo com as estradas assim. Se tu for ver, elas não estão boas. Aumentaram o custo e as estradas continuam as mesmas.”

Adilson falou sobre a condição das estradasFoto: Thais Immig (Diário)

Celia Pereira Londero, 41 anos, cabeleireira:

"Não pode esse aumento. Primeiro, precisa arrumar as estradas com o valor que ganharam de nós. Mas, se querem colocar mais um ‘aumentinho’ em cima de nós, espero que melhore.”


Adilson Fachini Nascimento, 45 anos, músico:

"É um absurdo. Da forma que está a estrada… Se estivesse a contento, tudo bem, mas do jeito que está ,eu acho muito errado (o aumento).”

Adilson relata indignação sobre aumento do pedágioFoto: Thais Immig (Diário)


Maicon Estraich, 36 anos, caminhoneiro:

"É complicado. Eles querem cobrar, mas não arrumam a rodovia. Difícil rodar com segurança. E os custos da gente aumentaram bastante.”

Duplicação e segunda ponte móvel

Na reunião da Agergs, a Rota informou que nas próximas semanas vai começar a duplicação da RSC-287. Provavelmente, será nos trechos urbanos de Tabaí e Santa Cruz do Sul. Já a segunda ponte móvel no Arroio Grande deve ser concluída até 25 de outubro, segundo a Rota. Porém, o Exército nem começou a montagem. Portanto, há risco de atraso.


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