Familiares de uma moradora do Bairro Nova Santa Marta, na região oeste de Santa Maria, relataram o sentimento de indignação com um episódio que teve como desfecho a morte dessa moradora. Marlene Fonseca Pereira, 44 anos, sofria de doenças crônicas como asma, bronquite, diabetes, problemas cardíacos e obesidade mórbida há anos. Por diversas vezes, precisou ficar internada no Pronto-Atendimento Municipal do Bairro Patronato e no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), mas, por complicações de saúde, acabou morrendo em casa, hoje de tarde.
A família acredita que ela foi vítima de negligência, segundo seu filho Charles Fonseca Pereira, 27 anos. Na terça-feira, Marlene, que havia voltado para casa depois de passar quatro dias no PA, estava sentindo muita dor em decorrência de uma ferida na barriga. Com isso, a família procurou ajuda para transportar a mulher, que pesava cerca de 250 kg.
– Eu liguei para o Samu e me deixaram horas esperando na linha. Procurei a ambulância da prefeitura, que veio, mas não puderam transportar minha mãe porque a maca era pequena. Daí, disseram para chamar os bombeiros, liguei e não vieram. Não é só a minha família que deve passar por isso. E a indignação é com o Samu, que deixou a gente esperando na linha, e com o PA, porque minha mãe teve que ficar em uma cadeira de rodas durante a última internação – conta Charles, informando que foi feita uma ocorrência policial sobre o caso.
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Conforme a coordenadora de Urgência e Emergência do município, Sandra Hertz, a paciente internou no último domingo e deu alta na segunda-feira. Por causa das condições físicas, ela precisou ser acomodada em uma cadeira de rodas na última internação. Em outras vezes, a paciente ficou internada em um leito de emergência.
– Esse é um caso bem atípico e complicado. Sobre o transporte, eu fiquei sabendo que nós, do PA, recebemos uma informação falsa, pois nos foi passado que precisavam de uma ambulância para transportar uma mulher que teria ganhado bebê. Deslocamos a equipe, que, ao chegar na casa, reconheceu a paciente, e, por questões de segurança, decidimos pedir ajuda ao Corpo de Bombeiros para fazer o transporte, que ficou marcado para as 14h de hoje, mas a dona Marlene acabou falecendo – explica Sandra.
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O administrador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Santa Maria, Nilvo Garcia da Rosa, comentou que a equipe recebeu o chamado às 13h55min, 10 minutos depois que a ambulância avançada, que é composta por médico, enfermeiro e condutor, chegou ao local. A equipe do Samu teria verificado os sinais da paciente e atestado o óbito. O Diário tentou contato, por telefone, duas vezes com o comando dos bombeiros em Santa Maria, que ficou de dar um retorno, mas não o fez.
De acordo com os familiares, Marlene morreu devido a complicações no coração. O corpo está sendo velado na Igreja Evangélica Assembleia de Deus Universal, no Bairro Nova Santa Marta, e será sepultado às 10h desta quinta-feira, no Cemitério Ecumênico Municipal. Marlene era casada, tinha nove filhos e seis netos.