trânsito

Moradores reclamam da imprudência de motoristas nos viadutos liberados na BR-158 em Santa Maria

Camila Gonçalves

Foto: Renan Mattos (Diário)

"Não dá para reclamar. Faz parte do progresso", diz o mecânico Daniel Torres Ramão, 46 anos, que se arrisca ao atravessar o fluxo apressado que desemboca do viaduto da BR-158 no cruzamento com a Rua Duque de Caxias. O mais recente trecho das obras da Travessia Urbana foi liberado logo depois do Natal, no dia 27 de dezembro.

No último domingo, 236 veículos foram flagrados acima da velocidade permitida pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Dias antes, o viaduto da Osvaldo Cruz, na ERS-509, a Faixa Velha de Camobi, foi liberado. Livres dos gargalos das obras, os dois pontos de rodovias duplicadas vêm preocupando moradores e quem trabalha na região. O limite de velocidade é de 60 km/h, mas muitos motoristas não respeitam.

Com liberação do viaduto na BR-158, PRF vai aumentar fiscalização no trecho

Daniel trabalha no trecho duplicado da BR-158 e mora no Parque Dom Antônio Reis, para onde vai a pé nos horários de pico: 8h e 18h. Sem faixas de pedestre ou passarela, ele tem dificuldade de atravessar a pista que corta os bairros Medianeira, Dom Antônio Reis e Cerrito.

- Soube que vai ter a passarela na entrada do (bairro) Cerrito, mas fica longe para atravessar. Aí, a gente vai por aqui e acelera a cruzada - conta o mecânico, referindo-se à passarela em obras no viaduto do Cerrito.

FAIXAS LIVRES

O vendedor Paulo Botega, 47 anos, conta que, depois da liberação do viaduto, os motoristas têm aproveitado a facilidade do fluxo para pisar no acelerador. Ele acredita que a liberação das ruas laterais vai tornar ainda mais difícil a vida de quem trabalha às margens do viaduto.

- A rua lateral foi aberta por um dia para a instalação de um poste no viaduto e foi um horror. Imagina quando liberarem tudo. Ninguém passa a 60 km/h - diz.

Morador da Faixa Velha, o aposentado Elci José Fantinelli, 65 anos, assistiu da sacada de casa a inauguração do viaduto da Osvaldo Cruz, em 11 de dezembro. É de lá que também escuta, todas as noites, carros e motos passando em alta velocidade pela rodovia estadual. Ele já presenciou episódios como o de uma senhora que tentou atravessar na faixa de segurança, foi até o meio da pista e voltou.

- Daqui a pouco começam as aulas e tem criança de 7, 8 anos atravessando. Há carros que passam a 150 km/h. Velocidade é pior que não usar cinto, porque a gente coloca a vida do outro em risco - reflete Fantinelli.

Liberado viaduto da BR-158 com a Duque de Caxias em Santa Maria

O promotor de vendas Chrystian Togni, 26 anos, mora no Bairro São José e tem que atravessar o viaduto para ir ao ponto de ônibus. Nem cadeirantes os veículos respeitam.

- Os motoristas não reduzem, buzinam. Não pensam como pedestre - reclama.

FISCALIZAÇÃO NO VIADUTO DA 509 DEPENDE DE SINALIZAÇÃO

Eder Macedo, chefe da 9ª Delegacia da PRF, afirma que as medidas adotadas para controlar abusos de velocidade no trecho do viaduto da BR-158 com a Duque de Caxias foram a colocação de placas sinalizando o limite e a fiscalização por meio de radares. Eles são adotados em diversos pontos e horários. Santa Maria tem dois equipamentos portáteis. As infrações são de R$ 130,16 (infração média), R$ 195,23 (grave) e R$ 880,41 (gravíssima). Acima de 50% da velocidade permitida, além da infração gravíssima, o condutor poderá ter a CNH suspensa por um mês a até um ano.

Já o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), que fiscaliza a Faixa Velha, informa que aguarda a fixação da sinalização indicando os limites de velocidade no novo viaduto pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) para iniciar o controle de infrações de velocidade. De acordo com o comandante do 1º Pelotão Rodoviárioa, tenente Claudio Orlandi, as pistas no viaduto terão velocidade de 60 km/h e, as vias laterais, de 40 km/h.

Segundo a assessoria de comunicação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a passagem de pedestre no viaduto da BR-158 com a Duque é pelas vias laterais, passeios públicos e pela parte inferior do viaduto. Ainda, conforme o departamento, serão pintadas faixas de segurança e, no futuro, as lombadas próximas do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) serão reinstaladas.

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