Militares de Santa Maria podem ir para o Líbano e se preparam para missão no Haiti

Militares de Santa Maria estão cotados para enfrentar a guerra no Líbano. A possibilidade de enviar nossos soldados para um território dominado pela violência ainda está em fase de tratativas, mas as chances são grandes. O embarque ocorreria  no primeiro semestre do ano que vem. Antes deles, em novembro deste ano, 570 militares devem partir do Coração do Rio Grande ao Haiti, para seguir ajudando na missão de paz que o Exército Brasileiro desenvolve no país.

A ida de um contingente daqui para o Líbano começou em 2012, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) consultou o comando do Exército e os ministérios de Relações Exteriores e da Defesa. A ideia inicial era que o contingente fosse no segundo semestre do ano passado. Mas a viagem foi postergada para 2015 em função da Copa do Mundo em nosso país, que vai exigir que os militares atuem em ações de defesa e segurança. Mas o Brasil não está tão longe assim do Líbano e suas tensões: desde 2011, a Marinha Brasileira mantém uma fragata por lá, que lidera a força naval da ONU no local. A missão da equipe brasileira é barrar a entrada de armas no país, pelo mar. 

Militares já estão sendo preparados para o Haiti

A decisão sobre a ida para o Líbano ainda não tem data para ser divulgada. Certo mesmo, até agora, é que 888 militares vão para o Haiti em dezembro - 800 deles são gaúchos, 570 de Santa Maria. Também haverá soldados de Rosário do Sul, Uruguaiana, Alegrete e Santa Cruz do Sul, mas o número de pessoas de cada cidade ainda não está definido.  Essa será a 21ª tropa brasileira enviada ao país da América Central. Embora Santa Maria já tenha contribuído com seu efetivo por diversas vezes na missão de paz no Haiti, neste momento, não há nenhum militar do Coração do Rio Grande no país caribenho.

O batalhão que embarca em novembro será formado por militares de infantaria, cavalaria, artilharia, engenharia, comunicações, material bélico e serviços como intendência e saúde. Ainda que os soldados já tenham uma formação para missões, para esta, eles têm de passar por um treinamento específico, que está sendo desenvolvido em Santa Maria. O processo está na primeira fase, de seleção dos militares que vão embarcar. Eles passam por entrevistas e avaliações médica, física e psicológica.

O tenente-coronel Marcelo Durães de Souza, do Centro de Estudos de Pessoal (CEP) é o chefe da equipe de psicólogos da seleção. No total, três profissionais da área fazem as entrevistas com os militares.
- Nós buscamos um perfil específico para a missão. Precisamos saber, por exemplo, como esse militar irá se adaptar ao isolamento, aos costumes do país ou à distância da família - explica Durães.

É para ajudar nesse processo de adaptação que, depois de selecionados, os integrantes do batalhão recebem conhecimentos específicos sobre o país de destino. Isso inclui estudos sobre a formação do povo, idioma, aspectos culturais, clima e economia.

Além disso, um psicólogo do CEP é destacado para fazer o acompanhamento do contingente durante a missão. Também é responsabilidade do centro trabalhar na readaptação à rotina de trabalho depois que os militares voltam para o Brasil.
Mas o preparo emocional não é o único processo pelo qual passam os candidatos a embarcar na missão. De agosto a outubro, os selecionados passarão por um treinamento operacional.

Os escolhidos para participar da missão serão todos conhecidos até o mês que vem. Os primeiros 336 selecionados de Santa Maria serão definidos até este fim de semana. Entre os dias 7 e 11 de abril, os outros 234 do Coração do Rio Grande serão escolhidos. 

Depois de todos os treinamentos concluídos, começa o embarque, que vai ser feito por etapas. A substituição do efetivo que está no país caribenho pelos militares gaúchos começa em 13 de novembro, data marcada para a saída do primeiro voo daqui.  O último grupo embarca em 3 de dezembro e, no dia s"