Médicos credenciados ao IPE Saúde participam de reunião em Santa Maria

Arianne Lima

Médicos credenciados ao IPE Saúde participam de reunião em Santa Maria
Foto: Eduardo Ramos

Médicos credenciados junto ao plano do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Estado (IPE Saúde) participaram de uma reunião extraordinária na noite de quarta-feira (15) em Santa Maria. Promovido pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) em parceria com o Sindicato dos Médicos de Santa Maria (Sindomed), o encontro ocorreu de forma híbrida, contando com participações presenciais e virtuais na sede do Grupo Diário, no Bairro Camobi.

Diálogo

Um dos objetivos da reunião, que durou cerca de duas horas, foi ouvir os médicos locais quanto à falta de reajuste dos honorários médicos e da tabela de procedimento do IPE Saúde. Ao Diário, o presidente do Sindomed, Walter Priesnitz, destaca a importância desta ação e do diálogo com a comunidade:

– É importante que haja uma divulgação para que a população que depende do IPE saiba da realidade que o médico está enfrentando. A medicina é muito importante para se tratar apenas de uma questão econômica, mas é real o problema que os médicos estão passando.

Além de Priesnitz, médicos de Santa Maria, participaram presencialmente da reunião as assessorias política e jurídica do sindicato. O diretor da fronteira-oeste e da região central do Simers, Danilo Soares, acompanhou o debate virtualmente. Na ocasião, ele falou sobre as tratativas entre o sindicato, a Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS) e o Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremers) com o IPE Saúde. Neste mês, uma proposta foi entregue para a mesa diretora da autarquia na busca por reverter a situação enfrentada pelos profissionais:

– Se não forem aceitas as reividicações do Simers, nós iremos novamente com os médicos propor três soluções: descredenciamento dos colegas, ou pedir um período de licença, no qual pode ficar no minímo 90 dias afastado, ou permanecer como está (credenciado). Mas este é outro ponto, porque nós trabalhamos ainda com a questão da melhoria das tabelas para que o usuário não seja penalizado e também com a possibilidade de entrar no conselho do IPE.

De acordo com Soares, a expectativa do sindicato é de que a situação, que vem se arrastando a mais de uma década, seja resolvida da melhor forma. O médico acredita que por se tratar de uma questão extremamente complexa, a solução também será, não sendo possível chegar a uma resolução sem construção coletiva.

– O sindicato médico é defensor da saúde do usuário e consequentemente, defendendo o médico, estamos defendendo a qualidade da medicina e que seja a favor das necessidades do usuário do IPE e de outros convênios – argumenta Soares.

Atualmente, mais de 350 médicos estão credenciados para atender pelo plano em Santa Maria.

Mobilização

Desde a assembleia geral extraordinária realizada em 2 de março, o Simers tem mobilizado diretores regionais e delegados para realizar reuniões com médicos credenciados ao IPE Saúde. O objetivo é discutir a situação da instituição e comunicar os encaminhamentos. O sindicato também solicita uma audiência pública com a comissão de saúde da Assembleia Legislativa do Estado, na sede da Associação dos Médicos do RS (AMRIGS).

Crise no IPE

Conforme o Simers, a crise no IPE Saúde impacta em mais de sete mil profissionais que atuam na instituição, o que representa cerca de 20% do total de médicos no Estado. Em assembleia, foram definidos por unanimidade o fim do congelamento de mais de uma década nos honorários pagos aos procedimentos médicos e hospitalares, descredenciamento e até mesmo, a possibilidade de suspensão de 60 dias no atendimento, caso as demandas não sejam atendidas. Da decisão em questão, participaram cerca de 250 médicos.

Ainda este mês, uma carta aberta sobre a situação foi emitida. A declaração foi assinada pelos presidentes do Simers, Marcos Rovinski; da AMRIGS, Gerson Junqueira Jr. e, do Cremers, Carlos de Souza. Leia na íntegra:

CARTA ABERTA À SOCIEDADE GAÚCHA

Diante dos últimos fatos que envolvem a categoria médica credenciada ao IPE-Saúde, as três principais entidades médicas no Estado, Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (CREMERS) e Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS), vêm a público esclarecer a verdade sobre a situação dos honorários pagos pelo Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul (IPE-Saúde).

A categoria médica está sendo atacada de maneira sórdida, a partir de situações pontuais, muitas vezes fora de contexto, e que estão sendo generalizadas para atingir aos médicos que vêm, através de seu trabalho, atendendo aos usuários do IPE Saúde.

Os honorários por procedimentos hospitalares pagos pelo IPE Saúde aos médicos estão sem reajuste desde 2011. Como exemplos, uma visita hospitalar paga menos do que o estacionamento; um médico recebe, por um parto normal ou cesáreo, menos de 250 reais por todo o atendimento à gestante.

A exposição da categoria pela mídia joga a população contra os médicos, no momento em que o Estado, que é quem responde pelos problemas do IPE Saúde, deveria cumprir suas obrigações de rever periodicamente os honorários, conforme previsto em lei, e apresentar alternativas para reorganização administrativa e financeira da autarquia.

As entidades médicas do Rio Grande do Sul vêm apresentando propostas para o reajuste dos honorários ao longo dos anos, estando sempre abertas ao diálogo construtivo, sem nunca conseguir uma resposta digna e definitiva.

Os gestores do IPE Saúde e do Governo do Estado precisam adotar as medidas necessárias para valorização dos médicos, adequando os honorários em níveis compatíveis com a responsabilidade desses profissionais.

Médicos credenciados ao IPE definem possível suspensão dos atendimentos devido à falta de reajustes

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