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O Hospital Regional Centro conta com 30 leitos de UTI para pessoas com Covid-19. Mesmo com esses pacientes, que são considerados casos mais graves, não há um protocolo específico de qual medicação utilizar. A reportagem do Diário questionou a direção e assessoria do hospital, além da Secretaria Estadual de Saúde (SES) sobre como a dinâmica é definida. No entanto, a resposta da SES veio por meio do Plano de Contingência do Estado contra o coronavírus. Nele, estão incluídas recomendações e ações que devem ser tomadas pelas entidades de saúde, mas não há uma lista concreta de quais remédios devem ser utilizados.

O único destaque do plano, porém, para medicamentos, encontra-se em um trecho que ressalta o uso da cloroquina. Nele, o Estado afirma que recebe o medicamento via Ministério da Saúde e disponibiliza para tratamento de casos graves da doença. O trecho diz que "a cloroquina será utilizada como terapia no tratamento de formas graves, em pacientes hospitalizados, sem que outras medidas de suporte sejam preteridas em seu favor". Apesar disso, o plano considera que "não existe outro tratamento específico eficaz disponível até o momento", e ressalta os estudos realizados com o medicamento em que, dependendo de evidências, pode ter o seu uso repensado.

Além da utilização da cloroquina, o plano também afirma que a distribuição é feita para 29 hospitais de referência no RS. Assim como a cloroquina, todos os medicamentos enviados pelo Estado para serem utilizados via SUS em Santa Maria são estocados na sede da 4ª Coordenadoria de Saúde. O órgão fica responsável por esse armazenamento, além do controle e distribuição dos remédios que a cidade e a região necessitam. Entre eles, estão aqueles utilizados no tratamento da Covid-19. Conforme a coordenadora do órgão, Fabricia Ennes, o que define quais e quantos medicamentos virão para a região é a demanda dos hospitais e unidades de saúde. 

- É informado diariamente o que diminuiu no estoque. O sistema analisa em Porto Alegre, fazem um levantamento das demandas e mandam para nós com a quantidade já definida e fazemos a distribuição - explica ela.

FLUXO DE ATENDIMENTO

Em outro documento divulgado pela SES à reportagem, está o "fluxo de atendimento a casos suspeitos". Nele, há um organograma que orienta profissionais da saúde sobre como agir ao receber pacientes com sintomas de síndrome gripal.

Basicamente, o fluxo é dividido entre pacientes com sintomas leves e graves. O que chama a atenção é a ausência de orientação para quando medicar e quais remédios utilizar nos pacientes. Para casos leves, por exemplo, o fluxo recomenda "medidas de precaução e isolamento". Já para casos graves, há orientações acerca dos processos para hospitalização, mas também não cita como deve ser o tratamento. 




Médica infectologista com vasta experiência no tratamento de doenças virais, Jane Costa reforça que não há um padrão para o tratamento, mas defende que ele seja iniciado com medicações o quanto antes.

- Hoje, não se tem um protocolo institucional e fica na mão do médico. A terapia precoce precisa ser utilizada nos primeiros cinco dias. Na dúvida, é preferível dar o remédio do que não dar nada - afirma.

Ainda de acordo com ela, mesmo que não haja uma medicação específica para ajudar os pacientes, há uma outra lista de remédios que devem ser evitados: os corticoides. Mas, em resumo, a infectologista salienta a necessidade de sempre haver acompanhamento profissional, pois ele é quem examinará o paciente e definirá qual a melhor forma de tratamento:

- Não é para as pessoas ficarem tomando remédio enlouquecidamente. Tem que procurar o médico, seguir o protocolo e a orientação. Cada paciente é único, não podemos ter uma receita de bolo, vamos adequar o tratamento conforme a pessoa.




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