Mais de 40 santa-marienses foram a Brasília participar de atos contra a democracia; veja vídeos

Denzel Valiente

Mais de 40 santa-marienses foram a Brasília participar de atos contra a democracia; veja vídeos
O governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite confirmou, nesta terça-feira (10), após reunião do gabinete de crise, que os protestos antidemocráticos registrados em Brasília no domingo (8) e que resultaram na destruição parcial dos prédios dos Três Poderes em Brasília contaram com o envolvimento de pessoas saídas do Estado. De Santa Maria, a reportagem apurou que, ao menos, 40 pessoas estavam em Brasília para participar dos protestos.

Conforme informações da GZH, foram ao menos cinco ônibus e 200 pessoas saídas do Rio Grande do Sul em direção a Brasília. Desses, dois partiram de Porto Alegre, um de Santa Maria, um de Santa Rosa e um de Novo Hamburgo. O Diário entrou em contato com a empresa contratada pelos bolsonaristas santa-marienses. Conforme o proprietário, a intermediação foi feita por uma mulher, e o pagamento realizado via PIX por cerca de 20 pessoas. A viagem que saiu de Santa Maria no dia 6 chegou na capital federal na noite de domingo e, portanto, não participaram dos atos de depredação nas sedes dos Três Poderes. De acordo com motorista, que também é o proprietário da empresa, o custo da viagem foi de cerca de R$ 29 mil.

– Durante a viagem nós fomos abordados três vezes, fiscalizaram o ônibus e a documentação e estava tudo ok. Quando estávamos a caminho de Brasília, já tinha dado a confusão lá, só que na última PRF nos pararam de novo, fiscalizaram e seguimos viagem. Nós chegamos (em Brasília) depois do acontecido (invasão e depredação dos palácios). Nós chegamos pelas 20h, já tinha acontecido a baderna. Como estava o tendel lá, o pessoal foi largado e o ônibus iria ficar no quartel e como já havia a baderna o Exército não deixou ficar lá. Daí largamos o pessoal no QG (acampamento de bolsonaristas em frente ao Quartel-General do Exército de Brasília) e saí – explica.

Conforme o motorista, as 41 pessoas saídas de Santa Maria foram retidas pela polícia no acampamento bolsonarista e levadas para o ginásio da Academia Nacional da Polícia Federal, onde estão sendo ouvidas e liberadas. O motorista também afirma que no contrato a volta para Santa Maria está prevista para a quinta-feira (12). Por isso, ele e o ônibus aguardam para o retorno. Nem o motorista da empresa nem o veículo foram retidos.

Santa-marienses identificados

Além das 41 pessoas que saírem da cidade em caravana para Brasília, a reportagem teve acesso a vídeos de outros dois moradores de Santa Maria que estiveram no DF durante os atos. Um deles é o taxista e ex-candidato a vereador pelo Progressistas, Robergson Luiz de Rossi, conhecido como Beto Rossi. Em uma rede social, Rossi fazia atualizações diárias com vídeos no acampamento bolsonarista. Já no domingo ele publicou um vídeo de dentro do Palácio do Planalto, durante a invasão, onde afirma estar “quebrando tudo”.

– ‘Ocupamo’ o Palácio do Planalto. Estamos dentro do Palácio do Planalto, e agora vamos para o STF. Nossa bandeira jamais será vermelha. (…) Nós invadimos essa zona toda, tão quebrando tudo. (…) ‘Tamo’ quebrando tudo. A gente entra numa adrenalina e quebra tudo. Eu chutei janela, perdi meu óculos chutando tudo, dando pedrada. Eu to lutando por um país, eu mostro a minha cara p*rra. Beto Rossi, to nem aí, vem me prender ‘Xandão’ (ministro Alexandre de Moraes). Vem me prender, mostro a cara. Quer fazer ‘print’? Quer meu CPF? – afirma em parte do vídeo de 13 minutos publicado na própria rede social.

A reportagem entrou em contato com Beto Rossi que afirmou “estar bem”, mas que não poderia falar no momento.

Outra bolsonarista santa-mariense que participou dos atos antidemocráticos foi Tatiane Marques, que concorreu a deputada em 2018 pelo PSL e à vereadora em 2020 pelo PL. A comerciante, que está retida no ginásio da Academia Nacional da Polícia Federal, junto com os outros extremistas, passou a terça-feira (10) publicando vídeos em uma rede social onde alega “tratamento desumano” por parte dos policiais. Ela aguarda para ser ouvida pela polícia. Nos vídeos, de dentro do ginásio ela diz estar em um ‘campo de concentração’.

– Hoje é dia 10 de janeiro de 2023, aqui direto do ‘campo de concentração do Lula’. Estamos desesperados aqui, o Samu fica lá fora no portão. Quando dá uma emergência eles demoram pra chegar. É por isso que as pessoas acabam morrendo. Ninguém aguenta mais essa situação, isso é um campo de concentração. Simplesmente enfiaram as pessoas dentro desse ginásio. (…) Isso aqui é um absurdo, é marmita de cadeia que deram pra nós, nem cachorro come aquilo lá – alega, durante parte dos vídeos.

O Diário entrou em contato com Tatiana que não respondeu as mensagens.

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