Sob um céu azul, sem nuvens e sol forte, a multidão acompanhou a Missa Campal presida pelo arcebispo metropolitano de Porto Alegre, dom Jaime Spengler, na manhã de domingo. O arcebispo de Santa Maria, dom Hélio Adelar Rubert, e o padre Ruben Natal Dotto, vigário da Arquidiocese, também estiveram presentes na cerimônia.
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A edição de 2017 da Romaria celebrou o Ano Mariano, quando se completam os 300 anos de Nossa Senhora Aparecida e o centenário da aparição de Fátima. Na cerimônia, dom Jaime ressaltou a importância de fazer o bem a todas as pessoas, independentemente de cor, raça ou credo. Pediu, ainda, que nunca falte esperança e que a fé se mantenha acessa nos corações.
A imagem de Nossa Senhora Medianeira ficou das 11h às 16h no Altar-Monumento, no Parque Medianeira, onde a Bênção da Saúde e uma missa foram celebradas, na presença de milhares de fiéis.
Numa cadeira de rodas, Tais Camargo, 52 anos, a filha e os netos ficaram vários minutos sob o sol forte na fila para tocar na imagem da Mãe Medianeira, durante a bênção, na tarde deste domingo.
O esforço foi para agradecer pela vida e as graças concedidas. Tais perdeu a perna esquerda por decorrência de uma trombose.
– Eu vim agradecer porque eu estou viva e não tem nada que eu não faça, além de andar – declarou, enquanto se erguia para tocar o quadro com a imagem de Medianeira.
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VENDO COM O CORAÇÃO
Há 33 anos, João Eduardo dos Santos sai de Belo Horizonte, em Minas Gerais, e fica cerca de 15 dias em Santa Maria para participar da Romaria de Medianeira. Aos 50 anos e cego, Joãozinho acompanha o trajeto da procissão segurando em uma das mãos o terço e na outra se orientando pelo carro que leva a imagem pelas ruas:
– Venho na Romaria porque a cidade, só pelo nome, já é santa, carrega o nome da mãe de Jesus. Não poder enxergar não me atrapalha em nada, eu consigo sentir e enxergar com o coração. Além isso, aqui o povo é muito solidário – disse o aposentado, que é conhecido como Joãozinho.
UMA GRAÇA PELA VIDA
Os pais de Antônia, 1 ano e 5 meses, os empresários Carla Penalva, 33 anos, e Calim Bello, 31, vestiram a filha de anjo para pagar uma promessa. Há três meses, a pequena ficou hospitalizada por uma semana, após duas paradas respiratórias e convulsões.
– Eu saí correndo do hospital, me ajoelhei e pedi para a Mãe Medianeira que, se a nossa filha se curasse, a gente ia vestir a Antônia de anjo e participar da Romaria por sete anos. Graças à fé, a gente teve a nossa filha de volta – contou Carla.
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BÊNÇÃO E LEVEZA
Durante a missa campal, o movimento foi intenso na Capela das Velas, local onde os devotos pedem graças ou agradecem. A dona de casa Carmen Coutinho, 62 anos, pôs três velas para agradecer pela saúde da neta. Já na Cripta onde a imagem de Medianeira permanece durante o ano, foram celebradas missas e dadas bênçãos. A estudante Letícia Leite Hundertmarck, 11 anos, foi ao local com o irmão e a cunhada.
– Participo desde que nasci e, quando recebo a bênção, parece que dá uma leveza, deixa a gente protegida – disse Letícia.
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