Leite se torna o grande nome do PSDB

A conquista de Eduardo Leite vai muito além de quebrar o tabu e, pela primeira vez, um governador ser reeleito no Rio Grande do Sul. Depois de afirmar que não concorreria à reeleição, de renunciar ao cargo e quase ficar fora do segundo turno em uma disputa apertada com Edegar Pretto (PT), o tucano sai muito fortalecido das urnas neste segundo turno.O ex-prefeito de Pelotas se torna o grande nome do PSDB no país.

O partido saiu da disputa presidencial esfacelado e sua reconstrução começará pelo governador reeleito. Depois de ser protagonista em várias disputas presidenciais, a sigla ficou fora do segundo turno em 2018 e 2022. Agora, o partido inicia uma retomada do protagonismo, e de olho em Leite a presidente.

Claro, que isso dependerá do desempenho do tucano à frente do Piratini, que tende a não ter vida fácil, uma vez que o Estado está sob um Regime de Recuperação Fiscal que impõe restrições ao Estado – e já terá um déficit de R$ 3,7 bilhões no orçamento de 2023. Na primeira manifestação, Leite fez um discurso de pacificação. É um bom começo.

Apoio do PT pesou na reeleição

Depois de anunciar neutralidade em relação ao governo do Estado, o PT reviu a posição e decidiu recomendar “voto crítico” em Eduardo Leite (PSDB). Isso, claro, fez diferença na votação ampla para o tucano em relação ao adversário, Onyx Lorenzoni (PL). É bem verdade também que o próprio candidato do PL o ajudou, mostrando-se despreparado nos debates e com poucas propostas no horário eleitoral. No segundo turno, o apoio de Bolsonaro e a aposta nas ações do governo federal não foram suficientes.

Já o PT votou pela democracia, e Leite agradeceu no discurso da vitória. Hoje, volta a ser oposição.