Foto: Pedro Piegas (Diário/ Arquivo)
Está com a Procuradoria Jurídica da Câmara de Vereadores de Santa Maria para análise o projeto que exige a apresentação do exame toxicológico para prefeito, vice, secretários e vereadores. Realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o teste é requisito prévio para os eleitos assumirem as funções e, depois, permanecerem nos cargos. De autoria do vereador Tony Oliveira (Podemos), a iniciativa causa polêmica pelos corredores do Palácio da Vale Machado e além fronteiras do Legislativo.
A proposta foi apresentada sob o argumento da “transparência, da lisura e da ética e, acima de tudo, em respeito à população santa-mariense”, conforme a justificativa. O projeto prevê que, em caso de o resultado do teste dar positivo, o agente político terá direito à licença para tratamento de saúde, porém sem salário. Ele só reassumirá as funções após comprovada a recuperação, por meio de perícia.
Leia outras colunas de Jaqueline Silveira
Na segunda-feira, em entrevista ao programa F5, da CDN, Tony disse ter ficado surpreso com a repercussão de seu projeto. “A política, há muito tempo, vem atravessando momentos não muito bons devido a tantos escândalos. Nós políticos precisamos ser exemplos”, argumentou o parlamentar. Ele afirmou que foram feitas muitas especulações nas redes sociais sobre a perda do cargo, mas que a possibilidade só ocorreria em caso de o agente político não se recuperar plenamente e depois de novo exame toxicológico e de perícia médica oficial assinada por, no mínimo, três profissionais.
Sobre o projeto, o vereador tem toda a legitimidade para apresentá-lo. O vereador Tony frisou que a política tem passado por um descrédito devido aos escândalos, o que é verdade, entretanto, os desvios de milhões em verba pública não me parece que têm origem em gestores públicos com problemas de drogadição. Está mais ligado a caráter, honestidade e responsabilidade com o dinheiro que é do cidadão. Sem dúvida, os políticos têm de dar exemplo. Só que uma proposta com ações preventivas aos entorpecentes na periferia da cidade, especialmente em relação a crianças e adolescentes, atenderia mais o interesse público e impactaria numa parcela maior da população, claro, sem tirar o mérito da iniciativa do parlamentar.
Leia todas as colunas