Idoso que foi atropelado na Medianeira foi enterrado

Familiares e amigos do policial militar Paulo Siqueira Camardelo, 79 anos, se despediram dele na tarde de sexta-feira, um dia depois de ser atropelado na Avenida Medianeira, quase em frente à basílica. Segundo parentes, Camardelo tinha ido a uma farmácia perto de sua casa e atravessava a avenida para retornar quando foi atingido por um Siena, por volta das 16h30min.

Cristian Douglas Rosa da Silva, 19, que conduzia o Siena, prestou socorro à vítima e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O idoso foi encaminhado ao Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), mas não resistiu aos ferimentos e morreu por volta das 20h30min.

Segundo a ocorrência policial, o motorista trafegava no sentido Centro-bairro e não conseguiu frear a tempo, atingindo o idoso. Ainda conforme o registro, na pista ficaram marcas de cerca de 18 metros de frenagem. Além disso, testemunhas disseram aos policiais que Camardelo estava fora da faixa para pedestres.

Todos esses fatos serão investigados pela Delegacia de Trânsito. De acordo com o delegado César Renan Rodrigues dos Santos, um inquérito instaurado na sexta vai apurar as circunstâncias do acidente e se houve ou não dolo eventual (quando o condutor, por imprudência ou negligência, assume o risco de causar a morte). Também será verificado se o motorista estava dentro ou acima do limite de velocidade da via que é de, no máximo, 60km/h. O inquérito considera ainda a idade da vítima, que poderia dificultar o seu deslocamento. As testemunhas começarão a ser ouvidas nos próximos dias.

O pai do condutor, José Ademar Barbosa da Silva, disse que o fluxo era intenso naquele momento e que o filho conduzia o carro a 40km/h:

— Ele deparou com o idoso e freou, mas, infelizmente, não conseguiu evitar a colisão. Tentamos contato com a família por meio do hospital para prestar assistência e saber notícias, mas nos disseram que não eram autorizados a passar telefones.

Camardelo trabalhou em Faxinal do Soturno e Nova Palma, na Quarta Colônia. Por anos, morou em Dona Francisca, na mesma região. Mudou-se para Santa Maria com a mulher para ficar mais perto dos familiares. Ele teve três filhos, quatro netos (um já morreu) e um bisneto.

— Era bem reservado e muito caseiro. Uma das coisas que mais gostava era assistir aos jogos do Inter na TV — lembrou o irmão da vítima, também policial militar Nerci Siqueira Godinho, 55.

O sepultamento ocorreu no final da tarde de sexta no Cemitério Santa Rita de Cássia, no bairro São José.