Haja emoções para encarar o final de ano

Fazer metas para o Ano Novo é bom? Sentir-se triste e cansado é normal nessa época? O último programa Faz Sentido abordou as emoções de final de ano. A jornalista Fabiana Sparremberger recebeu o psicólogo Patrick Camargo para conversar em relação ao assunto.

Tristeza

Para a grande maioria das pessoas, as datas comemorativas, como o Natal e o Ano Novo, representam uma virada de ciclos. Conforme a jornalista, é uma fase repleta de apelos a novos planos, resoluções e também muita pressão para estar mais alegre e tentar não ficar estressado com as festas.– É um período cansativo. São comemorações com a família, os amigos e os colegas de trabalho, além de arrumar a casa para receber visitas.

Além disso, Fabiana aponta que estudos mostram uma segunda pandemia na saúde mental, com sinais de ansiedade e depressão na população. Ela questiona o psicólogo em relação ao assunto:– As pessoas estão muito mais cansadas, do que naturalmente estariam em um final de ano, sofrendo muito mais com depressão, crise de pânico, ansiedade. Está pesado como nunca foi. Você concorda que este ano está um pouco diferente dos outros?

Para complementar, Patrick comenta que, com a pandemia, as pessoas precisaram adaptar-se novamente ao “novo normal” e esse processo pode ser difícil:– As demandas continuam e a sobrecarga também. O que mudou é a maneira de estar entre famílias e amigos. A exaustão mental é muito mais forte e significativa que qualquer outra situação. Porque, se você está exausto, não consegue fazer as tarefas cotidianas. E isso pode levar a pessoa a entrar em uma crise depressiva e as vivências começam a ficar pesadas.

Polarização

Há quem ame e há quem odeie as festas de final de ano. Fabiana relata que, até mesmo nisso, as pessoas estão polarizadas. Mas a grande questão é:– Por que você é obrigado no final do ano a estar feliz?

O psicólogo pontua que é por diversas questões que há o sentimento de felicidade das festas comemorativas. O Natal lembra família e união. Já Ano Novo traz o sentimento de esperança e fé:– Às vezes, as pessoas querem ficar em paz, sozinhas e tem essa pressão. Não tem problema em querer refletir e ficar só.

Final de ano é época de renovação. Mas ninguém é feliz 100% do tempo. E é esse sentimento que causa incômodo.

Resoluções

Outra pauta que está atrelada a este período é o sentimento de solidariedade e prática de escrever resoluções para o próximo ciclo. Doações de cestas básicas, roupas e adotar cartinhas com pedidos de crianças, jovens, adultos e idosos em vulnerabilidade social, fazem parte de diversas ações de voluntariados no final do ano. De acordo com o psicólogo, uma meta comum entre as pessoas é a de prosperar financeiramente:– Ganhar dinheiro pode trazer um bem-estar maior. Mas tem que saber administrar, por exemplo, buscar um trabalho novo ou quais cortes posso fazer para melhorar a situação financeira.

Além disso, é preciso pensar em relação às metas e realizações. Segundo a jornalista, é necessário reavaliar todo os setores da vida e o que precisa mudar:– Para não ficar triste e apático, ou não ter comportamento de fuga para tentar desviar da realidade, é importante que as emoções sejam sentidas – comenta Fabiana.

Para finalizar, Patrick coloca que compartilhar emoções é um ato de amor consigo mesmo.

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