perigo

Há três anos sem ponte, moradores se arriscam para cruzar o Rio Vacacaí-Mirim

Thays Ceretta


Foto: Charles Guerra (Diário)
Patrícia da Rosa, com a filha Laura, 5 anos, no colo e a irmã Simone da Rosa cruzam o rio sobre uma passarela feita de pneus e pedras

As duas pontes que interligavam as Vilas Bilibio e Favarin, no Bairro Km 3, região nordeste de Santa Maria, caíram e os moradores precisam fazer malabarismos para ir trabalhar, estudar ou fazer compras. A estrutura de madeira não existe há mais de cinco anos, enquanto a de ferro desabou durante um temporal em setembro de 2015. Elas atendiam as cerca de 100 famílias da região e, até agora, a construção de uma nova estrutura ficou só na promessa.

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As travessias cruzavam sobre o Rio Vacacaí-Mirim. Quando o nível da água baixa, os moradores até conseguem atravessar por uma passarela improvisada com pneus e pedras. Mesmo assim, haja equilíbrio e cuidado para não cair na água.

A dona de casa Patrícia Conceição da Rosa, 37 anos, arrisca-se todos os dias passando pelo local com a filha Laura, 5 anos, no colo.

- É horrível, porque a gente pode cair dentro da água. Quando chove, é pior ainda, porque os pneus somem e não tem como passar. Já pensou derrubar uma criança de cabeça nas pedras? - desabafa Patrícia, que ressalta que, como havia ponte no local, por que não podem construir uma nova.

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Até existe um caminho alternativo, mas, para isso, os moradores precisam andar um quilômetro a mais. Além disso, devem encarar o movimento de veículos que passam pela ponte na BR-158. Adultos e crianças transitam pelo local, muitas vezes correndo, porque sentem medo de serem arremessadas para baixo, com a força do vento dos caminhões e das carretas.

Moradora há 60 anos da Vila Bilibio, a pensionista Maria Elovir Carvalho Porto, 80 anos, e a filha Zeni da Rosa Teixeira, 59 anos, já estão acostumadas a passar pela passarela de pedras e pneus.

- A gente cruza porque não temos nada aqui, vamos ao mercado, na farmácia, no médico. Minha mãe, por exemplo, tem que ir na fisioterapia e passa ali todos os dias - conta Zeni.


Foto: Charles Guerra (Diário)

RISCOS

O coordenador da Defesa Civil de Santa Maria, Cladmir Nascimento, diz que o local sofre há anos com os mesmos problemas, em dias de chuva fica alagado, até com riscos de desmoronamento.  

- Tem muitas casas ali que estão em desacordo com a legislação ambiental, com o código florestal, que estabelece um limite de 30 metros para construção às margens de qualquer curso d'água. Essas áreas deveriam ser preservadas, e isso dificulta a limpeza e manutenção pelo poder público - informa.

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A falta de ponte se repete na localidade de Arroio Lobato, no distrito de Arroio Grande. Em outubro de 2016, a ponte que havia no local foi levada por uma enxurrada. Uma estrutura nova começou a ser construída em 2017, mas a obra foi abandonada três vezes, a última, em junho deste ano. Produtores de hortifrutigranjeiros reclamam dos prejuízos com a dificuldade de transporte de seus produtos até a cidade.

O QUE DIZ

  • Conforme a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, a construção de passarela nas vilas Bilibio e Favarin depende de projeto a ser elaborado pela Secretaria de Município de Estruturação e Regulação Urbana, mediante licenciamento de órgãos ambientais, uma vez que a ponte dá acesso a uma área de preservação permanente (APP). Não há prazo para isso.
  • Sobre a ponte da localidade de Arroio Lobato, a pasta informou que para que sejam concluídos os trabalhos de recuperação da estrutura, falta apenas a colocação de pranchas e trilhos de madeira. O beneficiamento da madeira necessária, junto ao Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária para Santa Maria (antiga Fepagro), já foi retomado. Após a conclusão desse processo de beneficiamento, durante o mês de setembro será possível realizar a aplicação do material e concluir a recuperação da pont. Com as últimas chuvas houve um atraso de duas semanas nesse processo. A previsão inicial era de concluir o serviço em agosto.

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