Em reunião realizada na tarde desta terça-feira (14) no Palácio Piratini, o governador Eduardo Leite apresentou ao Cpers Sindicato uma proposta de reajuste de 9,45% no piso do magistério. O índice proposto incide sobre todos os níveis de carreira dos professores ativos e aposentados, com paridade, e tem um impacto financeiro estimado em R$ 430 milhões neste ano. Pela proposta, todos os docentes gaúchos ganharão, no mínimo, o novo piso nacional, de R$ 4.420,55 para 40 horas de trabalho semanais.
– Diante de um cenário de incertezas em relação às receitas do Estado por conta da queda da arrecadação, bem como considerando as limitações da legislação, entendemos que essa é uma proposta adequada para atender a categoria. Estamos fazendo um esforço muito grande para valorizar a carreira de professor, porque a educação é a prioridade do governo – explicou o governador.
Leite também afirmou que serão conduzidos estudos sobre os efeitos do piso em relação à parcela de irredutibilidade. O Cpers já se posicionou contrário a utilização desse mecanismo. O sindicato ainda reivindicou o reajuste de 14,95%, índice estabelecido para o piso nacional do magistério, para toda a categoria. Uma assembleia geral do Cpers para avaliar o reajuste e as próximas ações foi marcada para o dia 3 de março.
– Ele (governador) quer continuar utilizando a parcela de irredutibilidade, mas imediatamente colocamos que a nossa pauta é apenas uma: é 14,95% para todos, incluindo os professores aposentados que perderam a paridade e os funcionários de escola. Vamos retirar uma pauta de mobilização, aguardamos todos vocês, no dia 3 de março para demonstrarmos forças e podermos avançar mais essas propostas – relatou Helenir Aguiar Schürer, presidente do Cpers.
O vice-diretor do 2º Núcleo do Cpers/Sindicato, Lúcio Ramos, reforçou que o reajuste deveria ser aplicado para toda a categoria. Ele também pontuou o problema em utilizar a parcela da irredutibilidade:
– O governo, mais uma vez, divide a categoria porque os funcionários de escola, por exemplo, ficaram de fora do reajuste. Queremos um aumento real de 14,95% e vamos continuar fazendo a luta para que esse reajuste seja para todos. O governo faz uma manobra com os números. O aumento que teve ano passado não recebemos porque foi descontado da parcela de irredutibilidade. Então, o governo transformou, dentro do subsídio que recebemos, a parcela no aumento.
No encontro, o governo sinalizou ao Cpers que será realizado concurso público para contratação de professores, com lançamento de edital previsto inicialmente para a primeira quinzena de março.
*Com informações da assessoria de imprensa do governo do RS