13 dias sem energia, e ainda esperando. Não é no Brasil, mas nos Estados Unidos

13 dias sem energia, e ainda esperando. Não é no Brasil, mas nos Estados Unidos

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Agência noticia que duas regiões estão sem energia elétrica desde 26 de setembro, quando passou o furacão Helene

Em temporais que assolaram o Rio Grande do Sul este ano e em anos anteriores, houve casos emblemáticos e revoltantes de famílias e empresas que ficaram duas ou até três semanas sem energia elétrica e serviços de telecomunicações. O Ministério Público cobrou das concessionárias que tomassem medidas para amenizar essa demora. Infelizmente, não sei se algo vai realmente melhorar para os próximos temporais.


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O papel do Ministério Público, do Executivo e da imprensa é seguir cobrando das empresas por mais estrutura de reparos urgentes e também ações de prevenção, como podas de árvores e trocas de fiação e postes por estruturas mais robustas. Aproveitando: isso continua sendo feito?

Porém, também é preciso olhar essa realidade pelo outro lado do prisma. Até nos Estados Unidos, que são os Estados Unidos, os problemas não são solucionados como num passe de mágica. Diante de tragédias climáticas de grande extensão, mesmo havendo centenas ou milhares de equipes de reconstrução e conserto, elas não conseguem refazer redes inteiras em dois ou três dias.

 
Pesquisei na internet e encontrei essa notícia no site da agência Reuters, que informava na quarta, dia 9 de outubro, que ainda havia 97 mil clientes nos Estados da Georgia e Carolina do Norte sem energia desde o furação Helene, que devastou a região no dia 26 de setembro. É isso mesmo: as famílias e empresas estavam há 13 dias sem energia.

 
Claro que, nos Estados Unidos, há estrutura mais adequada de resposta a esse eventos. Começa pelo monitoramento bem mais aprofundado do tempo e com alertas que piscam na tela da TV e do celular em caso de temporais chegando. Eu estava em Nova York, em 2011, e me assustei quando começou a soar um alarme na TV indicando que cairia um temporal na cidade em breve. Muitos locais têm bunkers de proteção e casas mais resistentes e adequadas. Porém, às vésperas da chegada do furacão Milton, esta semana, 5 milhões de pessoas tiveram de sair da região da Flórida que seria atingida. Em muitos supermercados e postos, houve falta de comida, água, pilhas e combustível. Ontem, 3,4 milhões de lares e empresas estavam sem energia por conta do furacão Milton.

 
Portanto, falta, sim, cultura de prevenção e estrutura para enfrentar essas tragédias aqui no Brasil, mas até mesmo os países mais ricos têm limites. Mesmo nos EUA, não há como ter combustível e comida estocados para 5 milhões de pessoas. Não há casas que suportem ventos de 250 km/h, como chegou a ser registrado. Não há cidades que não alaguem diante de chuvas torrenciais desses furacões. Basta ver as imagens nos sites, jornais e TVs norte-americanas para ver que a força da natureza, muitas vezes, é muito maior do que a resistência humana. Só no furacão Helene, em 26 de setembro, houve mais de 200 mortos, infelizmente. Ontem, ainda estavam sendo contabilizados os óbitos do furacão Milton. Até as 18h, eram 10 mortes.

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Deni Zolin

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