Furacão Milton: saiba o que é, como se formou, o motivo do nome e a devastação causada nos EUA

Furacão Milton: saiba o que é, como se formou, o motivo do nome e a devastação causada nos EUA

Foto: Redes sociais (Reprodução)

Casas destruídas, ruas inundadas e pessoas fugindo de suas cidades. O cenário catastrófico é visto nos Estados Unidos, mais precisamente na região da Florida, que, desde os últimos dias, enfrenta os impactos do furacão Milton, que tocou o solo da região por volta de 21h30min de quarta-feira (9). Antes, na terça (8), ele chegou a atingir o nível mais alto da escala Saffir-Simpson, provocando estragos na região e deixando milhares de pessoas sem energia elétrica.


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Como se forma e o grau da intensidade

Um furacão é um centro de baixa pressão atmosférica formado nas águas dos oceanos tropicais, locais em que o vapor de água é visto em grande escala. Segundo especialistas, ventos giratórios surgem nessas regiões, podendo atingir mais de 200 km de diâmetro. A principal razão para tais acontecimentos envolvem o La Niña, fenômeno que consiste no resfriamento anormal do Oceano Pacífico.

No entanto, um aumento considerável na temperatura dos oceanos, em função do aquecimento global, pode ter interferido na intensificação das tempestades, sendo fundamental para a incidência de furacões. Os furacões são avaliados pela escala Saffir-Simpson, que é dividida em em cinco níveis:

  • Categoria um: velocidade dos ventos entre 119 e 153 km/h, causando danos leves a moderados.
  • Categoria dois: velocidade dos ventos entre 154 e 177 km/h, causando danos significativos.
  • Categoria três: velocidade dos ventos entre 178 e 208 km/h, causando danos devastadores.
  • Categoria quatro: velocidade dos ventos entre 209 e 251 km/h, causando danos catastróficos.
  • Categoria cinco: velocidade dos ventos acima de 252 km/h, causando danos totais.

O professor dos Programas de Graduação e Pós-Graduação em Meteorologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Ernani Nascimento, é especialista em tempestades e contou que esses fenômenos devastadores estão mais frequentes.

– Com o aquecimento global, o que tem sido registrado é que os furacões de categorias três, quatro e cinco, os mais intensos, estão ficando mais frequentes, assim como a velocidade que eles se intensificam – contou o meteorologista.

Segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês), o furacão Milton chegou a atingir a escala cinco na terça-feira. Quando chegou ao solo da Florida, na noite de quarta, ele estava na categoria três. Pela madrugada, enfraqueceu até atingir a escala um, com ventos de 145 km/h. A previsão é de que, nas próximas horas, ele passe a ser uma tempestade tropical, um nível inferior aos furacões.


Explicação do nome

Uma das curiosidades geradas a partir dos furacões está na origem de como cada um é chamado, visto que todos possuem nomes de pessoas. A ideia é ajudar nos momentos de divulgação dos alertas, pois é mais fácil para as pessoas lembrarem o nome. Vale destacar que a escolha não tem relação com pessoas específicas.

Em setembro, o furacão Helene passou por quatro estados dos Estados Unidos, deixando 226 mortos. O fenômeno foi o pior registrado desde o Katrina, em 2005. Entre junho e julho, o furacão Beryl atingiu o Caribe e também alcançou a intensidade máxima.


Estragos

O poder de devastação do furacão Milton resultou em cerca de 3 milhões de pessoas sem energia elétrica, casas destruídas e ruas inundadas. A maioria das pessoas buscou estocar alimentos e água em casa, deixando as prateleiras dos supermercados vazias. Da mesma forma, mais de 1700 voos foram cancelados e, de acordo com a CNN, quatro pessoas morreram. No entanto, as autoridades informam que o número pode ser maior, e a dimensão do estrago só será perceptível após a passagem completa do furacão.

Outra justificativa para a devastação é a incidência de tornados, antecedendo a chegada do furacão.

– Tornados são funis que se formam a partir da base da nuvem, que duram entre 10 e 15 minutos. Durante este período, vão ser gerados ventos violentos, em uma área de no máximo 1km de diâmetro. E vários foram registrados na Florida, antecedendo o furacão – afirmou Nascimento.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, classificou o fenômeno como a “tempestade do século” e reforçou que a população deve seguir as instruções dos órgãos de segurança do país.

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Antonio Oliveira

antonio.oliveira@diariosm.com.br

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