Em reunião ocorrida na tarde desta segunda-feira (17), em Porto Alegre, quatro diretores da Gol Linhas Aéreas confirmaram que pretendem retomar os voos de Santa Maria e Uruguaiana para São Paulo, após uma suspensão temporária que vai ocorrer a partir do dia 8 de maio. É que a VoePass, com aviões de 68 lugares, deixará de fazer os voos daqui para Congonhas no dia 7 de maio, quando vai acabar a parceria com a Gol. Porém, segundo duas autoridades que estavam na reunião, a Gol afirmou que, assim que forem resolvidas questões burocráticas nos aeroportos de Santa Maria e Uruguaiana, vai colocar Boeings 737, de 138 lugares, para fazer as viagens daqui até a capital paulista.
— Está garantido que a Gol quer ficar. Ela já tem até os aviões 737 de 138 lugares disponíveis para fazer esse voo. Vai haver a suspensão dos voos agora em maio, mas assim que fizermos ajustes nos aeroportos, a Gol vai recomeçar os voos para São Paulo. Temos um documento da Base Aérea com estudo de PCN (da capacidade de pousos e decolagens na pista) que diz ter PCN suficiente para pousos do Boeing. Agora, vamos pedir autorização para a Anac e o 5º Comando da Aeronáutica para liberar os voos. Por ser um avião maior, de 138 lugares, haveria a possibilidade de reduzir o preço das passagens — afirmou o prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom, ao Diário.
Uma nova reunião, entre governo do Estado, prefeituras de Santa Maria e Uruguaiana, e diretores da Gol ficou marcada para o dia 3 de maio, em Porto Alegre. Antes disso, Pozzobom e o deputado estadual Frederico Antunes, da Frente Parlamentar da Aviação, vão a Brasília para falar com o ministro dos Portos e Aeroportos, Marcio França, e o ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, para tentar agilizar a liberação da pista da Base. Uma fonte do Diário informou também que o próprio governador Eduardo Leite irá essa semana a Brasília para falar com o presidente da Anac e o ministro dos Aeroportos para tentar resolver esse impasse envolvendo os aeroportos de Santa Maria e Uruguaiana — no caso da cidade da fronteira, é preciso construir uma pista de retorno para os Boeing na cabeceira, pois a pista atual não tem espaço para esses aviões a jato fazerem retornos.
Segundo outra autoridade presente na reunião desta segunda-feira no Palácio Piratini, a Gol realmente se comprometeu em manter os voos para São Paulo. Segundo ele, a Base Aérea já tem aprovação para “240 pousos por ano para aeronaves militares” maiores do que um Boeing e que, agora, será pedido que esse documento seja adaptado para que inclua a possibilidade de “240 poucos para aviões militares e civis”. Seria só uma mudança de termos no documento para permitir que aeronaves civis façam esses pousos, pois a pista comportaria essa quantidade de voos anuais de aviões de porte superior ao Boeing de 138 lugares.
— A Gol informou que se a questão for resolvida, 30 dias depois da autorização, já retoma o voo para São Paulo — afirmou essa fonte.
Pela prefeitura de Santa Maria, além do prefeito Pozzobom e do vice Rodrigo Decimo, participaram da reunião no Palácio Piratini a secretária de Desenvolvimento Econômico, Ticiana Fontana e o responsável pelo aeroporto civil. Pelo Estado, participaram os secretários estaduais Artur Lemos (Casa Civil) e Juvir Costela (Transportes), além do líder do governo na Assembleia, Frederico Antunes.