Combustíveis

Gasolina subiu 19% no ano. E tem mais aumento a caminho

Juliana Gelatti

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Quando se fala em inflação, neste ano, não há como deixar de fora do debate a alta nos preços dos combustíveis. E a trajetória de aumento, que começou em janeiro, com a elevação dos tributos que incidem sobre gasolina, álcool e óleo diesel, ainda não chegou ao fim.

Na virada do ano, começa a valer, no Rio Grande do Sul, a nova alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o que deve elevar em mais R$ 0,08 o litro da gasolina. Além disso, os parlamentares que estão elaborando o orçamento do ano que vem já cogitam um novo aumento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).

Em Santa Maria, álcool é vendido com preço de gasolina: R$ 3,49

Olhando para os últimos 10 meses, em que o “Diário” fez levantamentos periódicos dos preços da gasolina em 25 postos de Santa Maria, o preço médio subiu de R$ 3,047, em janeiro, para R$ 3,633, em 2 de novembro. O acréscimo é de 19%.

Já conforme a pesquisa que embasa o Índice do Custo de Vida de Santa Maria (ICVSM), calculado pelo curso de Economia do Centro Universitário Franciscano (Unifra), apenas durante o mês de outubro, o reajuste foi de 15%.

Tanque de gasolina custa R$ 23 a mais do que em janeiro em Santa Maria

– Na prévia do índice, que deve ser fechado nos próximos dias, a inflação do mês passado já passa de 1% na cidade. E a tendência é que o valor médio bata em R$ 3,70 em breve – diz o economista que coordena o ICVSM, Mateus Frozza.

O Índice Geral de Preços ao Consumidor-Amplo (IPCA), considerado a medição oficial da inflação no país, já tem mostrado os efeitos dos reajustes nos combustíveis. Em outubro, o índice foi de 0,82%. Apenas a alta da gasolina contribui com um terço desse peso no bolso dos consumidores.

Etanol sobe e pode forçar novo aumento da gasolina

A trajetória de alta na gasolina também se deve ao câmbio e ao preço do álcool que faz parte da mistura. Com o dólar valorizado, a parcela importada da gasolina fica mais cara. Já em relação ao etanol, o problema é que está mais vantajoso para as usinas produzir açúcar e vender para outros países do que fabricar álcool para consumo interno. Empresários do setor argumentam que, neste caso, o governo deveria interferir para segurar os preços.

Porém, conforme Frozza, é opinião de vários economistas que o governo federal ficou sem alternativas para combater a inflação, restando aumentar tributos.
– Há duas formas de barrar a inflação: aumentando os juros, o que já está sendo feito e não tem dado resultado, ou elevando tributos. Por isso, acredito que, no ano que vem, ou aumenta a Cide, ou volta a CPMF – afirma.



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