data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
O Ministério Público (MP) de Santa Maria está investigando denúncias de maus-tratos a idosas no Lar das Vovozinhas.
No momento, existem duas investigações diferentes no MP sobre casos de maus-tratos no Lar. Uma delas foi registrada em 2018. Segundo Fernando Barros, da 1ª Promotoria de Justiça Cível e Cidadania de Santa Maria, a denúncia incluía o antedimento médico prestado às idosas, a qualidade dos alimentos fornecidos e a situação de algumas acomodações.
Uma segunda denúncia foi registrada em abril deste ano. Ainda conforme Barros, o caso foi levado à promotoria pela assistente social do Lar, Liciara Melissa Prass. Ela informou ao MP que uma senhora de 71 anos teria sido deixada nua e trancada em um banheiro durante cerca de uma hora. Quando uma técnica em enfermagem percebeu a situação, exigiu que a porta fosse aberta. A idosa estava com muito frio e desorientada. Liciara explica que era um dia bastante frio. O castigo teria sido ordenado por uma freira porque a moradora do Lar teria perdido a chave do seu quarto. A irmã em questão era voluntária na casa há anos e era a responsável por cuidar das asiladas da ala quatro.
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Essa linha de investigação ainda questiona a forma como a troca de sondas era realizadas nas asiladas. Segundo a denúncia, o procedimento era feito sem anestesia, ao contrário de recomendações médicas. Nesse segundo caso, uma outra freira, que trabalhava como enfermeira na instituição, está tendo a sua conduta investigada também. Depois das denúncias, as duas freiras foram afastadas do lar.
De acordo com o promotor, o resultado das investigações deve guiar os próximos passos do MP. Existem três possibilidades de procedimentos que podem acontecer: Barros pode pedir o arquivamento do caso, fazer alguma recomendação ao Lar ou ingressar com ação judicial. A primeira atitude tomada foi de afastar as irmãs do cuidado com as idosas. Se for comprovado que as denúncias a respeito das condições oferecidas às mulheres eram precárias, um processo cível pode ser aberto. Ainda, se a investigação apontar que os maus-tratos denunciados caracterizavam crime, o caso será repassado para a Delegacia do Idoso e, posteriormente, ajuizada uma ação penal, em que as freiras poderiam virar rés.
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Segundo Daniel Tonetto, advogado das irmãs, elas estão à disposição do Ministério Público e do Poder Juciário para prestar depoimento. Ele afirma que elas são inocentes e não cometeram nenhum ato ilícito.
- As motivações e o porquê dessas acusações serão comprovadas - afirma Tonetto.
A Congregação Santa Maria da Providência, responsável por trabalhos na instituição e da qual as freiras fazem, preferiu não se manifestar.