Cerca de 30 pessoas, entre familiares e amigos da modelo santa-mariense Isadora Viana Costa realizaram, na tarde desta segunda-feira, uma manifestação pedindo justiça no julgamento do caso da morte da jovem. Isadora tinha 22 anos e foi assassinada, no dia 8 de maio deste ano, no município catarinense de Imbituba. O namorado dela, Paulo Odilon Xisto Filho, 36 anos, está preso preventivamente desde o dia 16 de julho, suspeito de ser o autor do crime.
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Com o rosto de Isadora estampado em camisetas, o grupo esteve em frente ao Fórum de Santa Maria, por volta das 13h. A manifestação aconteceu pouco antes de uma audiência de instrução do caso, onde quatro testemunhas da defesa, que residem na cidade, foram ouvidas. Segundo a advogada da família de Isadora e assistente de acusação no processo, Daniela Félix, outras audiências estão previstas para ocorrerem em outros municípios gaúchos, com a presença de peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP), que atuaram no caso.
- Esta audiência não conclui nada, é apenas mais uma para falar sobre a conduta do réu, mas não tem a ver com o crime em si. Haverá outras audiências com a presença dos peritos que podem ser mais relevantes para o andamento do processo - comentou Daniela.
Rogério Froner Costa, pai de Isadora, salientou que o apoio dos amigos da filha é o que tem motivado a família a seguir em busca de justiça.
- É sempre importante contar com esse apoio. É um luto que estamos vivendo, mas saber que temos tantas pessoas ao nosso lado é o que nos faz continuar. É duro, porque temos que ouvir muitas coisas que nos deixam tristes, mas é um momento de luta. A Mariana, irmã gêmea da Isadora, está muito mal e sofre muito com a ausência da irmã. Para ela, também é muito doloroso ouvir pessoas falando sobre coisas que sabemos que não aconteceram dessa forma, mas não vamos desistir - disse o pai de Isadora.
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Já a defesa diz que o réu não matou a vítima:
- Os depoimentos prestados hoje só robustecem aquilo que a defesa afirma desde o dia dos fatos: Paulo não matou Isadora. Estamos convictos de que ao final do processo, a inocência dele ficará provada - disse Virginia Lessa, uma das advogadas de defesa de Paulo Odilon.
Foto: Arquivo Pessoal
O CASO
Conforme as investigações, o casal se conheceu em Santa Maria em março de 2018. No mês seguinte, o namoro teve início, e Isadora aceitou o convite do namorado para passar alguns dias em Imbituba. Na madrugada do crime, os dois tiveram uma discussão que terminou na morte da jovem. A denúncia aponta que Paulo Odilon era lutador de artes marciais e, por isso, conseguiu imobilizar a namorada, desferindo diversos golpes no abdômen.
- O médico legista concluiu que as lesões traumáticas encontradas no abdômen da vítima, como laceração de vasos abdominais e laceração hepática, foram decorrentes de ação mecânica de alto impacto contra o abdômen e provavelmente repetitiva, compatíveis com múltiplos chutes, joelhadas e socos - escreveu a promotora.
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Após o crime, Paulo Odilon solicitou atendimento ao Corpo de Bombeiros, mas não acompanhou Isadora até o hospital. O MP alega que o acusado permaneceu dentro da residência, para ocultar provas e dificultar o trabalho de investigação. O acusado só foi para o hospital após modificar a cena do crime. No local, encontrou a amiga, para quem entregou as chaves do apartamento para que ela retirasse o lençol sujo de sangue que estava em cima da cama.
O INDICIAMENTO
Após as investigações. a Delegacia de Polícia de Imbituba cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de Paulo Odilon e, no dia 14 de maio, foram apreendidos duas toalhas, duas camisetas e quatro pedaços de panos com vestígios de sangue. Dois deles já estavam lavados e dois ainda estavam de molho em um balde com água. Além disso, foram apreendidos uma espingarda calibre .12, 80 munições calibre .12, 66 munições calibre .380. Uma pistola Glock calibre .380 foi entregue posteriormente à polícia.
As armas estavam com os registros vencidos. Também foram apreendidos uma mira à laser para uso em arma de fogo, fabricada na Argentina, de uso restrito.