Espera angustiante

Falta de anestesistas no Husm prejudicam procedimentos

Igor Müller

A falta de anestesistas no Hospital Universitário de Santa Maria e a ausência destes profissionais atrasa procedimentos cirúrgicos de diversas especialidades. Para quem tem familiares à espera de cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no hospital, infelizmente, isto não é nenhuma novidade.

_ A falta de anestesista é um problema desde sempre _ desabafa o diretor clínico substituto, Larry Argenta.

Atualmente, o hospital conta com 13 anestesistas no quadro clínico. Eles são presença obrigatória em todos os procedimentos cirúrgicos que a instituição de saúde realiza e mais uma série de outros procedimentos médicos. Este é um dos motivos para a demora à realização de algumas cirurgias, explica Argenta.

Na fila, aguardando por uma cirurgia no fêmur, Irma Correia de Macedo, 96 anos, e seus familiares sentem a angústia da espera por um procedimento. Desde sexta-feira em uma maca no corredor do Pronto-Socorro do Husm, ela aguarda para poder ser operada.

Sem dormir, por causa do barulho do corredor, sem comer, porque a maca não é flexível, corre risco de se afogar ao ingerir os alimentos. Com muita dor e sem saber quando será atendida, este era o quadro enfrentado pela idosa até a tarde desta quarta-feira, quando conseguiu transferência para um leito.

A previsão para a cirurgia é sexta-feira, mas o procedimento já foi remarcado outras vezes. Porém, agora, com um leito, a espera será mais digna. Irma é um exemplo, de muitos, que são prejudicados pela falta de especialistas.

_ O setor de Traumatologia realiza uma reunião semanal para organizar as cirurgias, mas os pacientes mais graves sempre têm preferência _ explica Argenta.

O problema deve ser amenizado até julho, quando os aprovados no concurso que será aberto pela da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) devem assumir suas vagas. Segundo Argenta, a expectativa é de que o número de anestesistas tripliquem. Ainda que o ideal, segundo o médico, fosse em torno de 50 especialistas, os futuros contratados devem garantir a realização do dobro de procedimentos em relação a hoje.

Se depender do funcionamento das salas cirúrgicas - e dependem - a instituição conseguirá dar conta da demanda por cirurgias. Das sete salas cirúrgicas aptas para funcionar no Husm, somente cinco estão em funcionamento. Com o reforço no quadro clínico do hospital, outras duas salas do Pronto Socorro poderão realizar procedimentos cirúrgicos, aumento para nove o total de locais aptos para realizar cirurgias - desde que hajam profissionais e especialistas.

Outras medidas para diminuir a fila de espera já foram tomadas pelo hospital. Procedimentos de menor complexidade podem ser realizados em hospitais da região, por meio de convênios firmados pelo Husm. Outras instituições da cidade, como Casa de Saúde e Alcides Brum poderiam aliviar a sobrecarga do Husm, mas a dificuldade em transferir pacientes é imensa.

_ Sempre tem um problema. Ou falta medicamento, ou falta outra coisa _ revela Argenta.

Outra esperança é a inauguração do hospital regional, ainda sem data para ser inaugurado.

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