Ao ser interrogado pelo Conselho de Justiça, na 3ª Auditoria Militar Federal em Santa Maria, nesta segunda-feira, o soldado Raziel dos Santos, 19 anos, disse que costumava 'brincar' com a arma nas dependências do quartel onde prestava serviço militar obrigatório, o Regimento Mallet em Santa Maria. Santos é acusado de matar o colega, Roger Lazaretti Rodrigues, 18, com um tiro de fuzil no alojamento do regimento, no dia 6 de novembro.
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Durante o interrogatório, Santos disse que cometia diversos atos que são proibidos pelo Exército. Entre eles, que dava golpes de segurança (ato em que o projetil e posicionado no cano da arma) porque o barulho servia para assustar os colegas e tudo faria parte da 'brincadeira'. Relatou que, em determinada ocasião, um tenente, que não lembra o nome, viu ele brincando com a arma e deu uma bronca nele por isso. Além disso, sobre ter entrado com o fuzil no alojamento onde estava Rodrigues e onde ocorreu o crime, Santos falou que "não era permitido, mas que todo mundo entrava".
Sobre as declarações, o relações públicas da 3ª Divisão de Exército, coronel Paulo Roberto de Almeida Rosa, assegurou que as unidades militares tomam os cuidados necessários para garantir a segurança nos quartéis:
_ O depoimento é a versão dele (Santos). Não é nada disso que acontece. O soldado ingressa no Exército Brasileiro, recebe instrução, é permanentemente fiscalizado, orientado no sentido de que jamais brinque, principalmente, com armamento. Esse cenário que ele elaborou e declarou em juízo é um cenário de alguém que procura se defender. A instituição Exército prima pelo rigor e pela disciplina.
Tanto a Defensoria Pública da União, que defende Santos, quanto o Ministério Público Militar, não quiseram se manifestar, após a audiência, sobre as declarações do réu.
Depois da sessão, o pai do soldado morto disse que os militares "têm muita liberdade no quartel".
_ Acho que isso aconteceu por falta de vigilância no quartel. Eles (militares) têm muita liberdade, andam com arma carregada e brincam com as armas. Se não tomarem providência, pode acontecer com outros filhos de outros pais _ disse o metalúrgico de Não-Me-Toque, Darci Rodrigues, 43 anos.
O comandante do Regimento Mallet, tenente coronel Carlos Marcelo Teixeira Costa, reforçou que, além das instruções do programa padrão para todas as unidades do Exército Brasileiro, os recrutas recebem orientações diárias quanto ao manuseio correto do armamento e que a atuação dos soldados é fiscalizada.
_ Todos os procedimentos que tinham que ser feitos pelo quartel, quanto a instrução, manuseio e "