Exame de DNA vai apontar se sangue achado em viatura era ou não de Gabriel

Laura Gomes

Exame de DNA vai apontar se sangue achado em viatura era ou não de Gabriel
Após a divulgação da causa da morte de Gabriel Marques Cavalheiro e da conclusão do Inquérito Policial Militar, ainda são aguardados novos desdobramentos do caso. A expectativa, agora, está no término da investigação conduzida pela Polícia Civil. Nesta quinta-feira (1º de setembro), os resultados devem ser divulgados e questões, que permanecem sem respostas, podem ser esclarecidas.

Uma delas é referente ao resultado do exame de DNA do sangue que foi encontrado na viatura da Brigada Militar (BM) utilizada durante a abordagem à Gabriel. Em entrevista ao programa F5, da Rádio CDN, o subchefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Vladimir Urach, explicou que esta análise demora de 15 a 20 dias para ser concluída:

– Essa viatura tem manchas de sangue, que se comprovam no laudo inicial como de sangue humano. Agora, foi solicitada uma perícia complementar para apurar se o sangue é da vítima Gabriel.

Viatura da BM e carro particular apreendidos. Fotos: Eduardo Ramos (Diário)

Além da viatura da Brigada Militar, também passa pela perícia o carro particular de um dos policiais militares. Urach não tinha atualizações referente à isso, somente relatou que, por enquanto, existe uma suspeita de que este veículo teria sido utilizado após os PMs retornarem ao quartel.

O delegado ressaltou que o inquérito aguarda estes resultados (exame de DNA e perícia dos veículos) e que, mesmo sem a finalização destes laudos até quinta-feira, neste dia o processo será remetido ao Judiciário e o restante dos autos enviados posteriormente.

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“Não há como negar que a viatura esteve na localidade de Lava Pé”, afirma Urach

O subchefe da Polícia Civil, Vladimir Urach, também frisou que o GPS da viatura foi uma prova fundamental para comprovar a rota dos policiais na noite do desaparecimento de Gabriel:

– Isso foi determinante para os rumos da investigação, que conseguiu fazer uma conclusão dos fatos em razão desse trajeto delineado pelo GPS. Essa é uma prova importante porque coloca os PMs nos locais dos fatos. Não há como negar que a viatura esteve na localidade de Lava Pé.

Necropsia e depoimento das testemunhas comprovam agressões

Mais uma vez, é reconhecido pela Polícia Civil e comprovado pela necropsia e pelos depoimentos, que, de fato, Gabriel Marques Cavalheiro foi agredido pelos policiais:

– Uma testemunha descreve uma agressão inicial, um tapa, depois, o menino teria caído no chão, sendo agredido, em seguida, com golpes de cassetete. Isso, se comparado ao que foi descrito no laudo de necropsia, revela exatamente o que aconteceu porque justamente a lesão na cervical acabou causando a morte.

Possíveis penas dos policiais militares

Quando questionado sobre as possíveis penas dos policiais militares, o delegado reforçou que não é a autoridade responsável pelo inquérito. Conforme Urach, ele apenas pode apontar algumas possibilidades:

– No decorrer do processo, eles podem e serão julgados na medida da culpabilidade de cada um, ou seja, as penas podem ser diferentes, de acordo com a participação exata de cada um nos fatos. Um pode ter ficado apenas observando e não interferiu quando deveria, outro dirigiu a viatura, enfim. O certo é que os três estavam no local e participaram de uma forma ou de outra na execução do crime, e, por essa razão, certamente serão indiciados pelo Delegado Bastos por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

O caso

Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, desapareceu por volta da meia-noite do dia 12 de agosto, no Bairro Independência, em São Gabriel. Segundo o relato de uma moradora, ela teria chamado a Brigada Militar (BM) após o jovem ter forçado a grade da casa dela e tentado entrar no local. Policiais foram até o endereço, abordaram, algemaram Gabriel e o colocaram no porta-malas da viatura. Depois disso, o jovem não foi mais visto.

Moradora registrou momento da abordagem dos policiais ao jovem. Foto: Divulgação

O corpo dele foi encontrado dia 19 de agosto, em uma barragem na região conhecida como Lava pé. Os três policiais (Arleu Júnior Cardoso Jacobsen, Cleber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso) que abordaram o jovem foram presos na sexta-feira (19) a noite e estão no presídio militar em Porto Alegre desde então. Eles já foram interrogados pela Polícia Civil e pela Justiça Militar.

Timeline Caso Gabriel de Diário de Santa Maria

Laura Gomes, laura.gomes@diariosm.com.br

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